domingo, 27 de dezembro de 2009

Sagrada Família

Neste dia em que a Igreja celebra a Festa da Sagrada Família, estou pensando em todas as famílias que recebem a Capelinha de Jesus Misericordioso em suas casas através do Projeto Misericórdia nas Famílias. E, por isso, quero partilhar o entendimento que Deus me deu no estudo Bíblico que fiz no dia de hoje com você que faz parte da nossa Família Anunciadores da Misericórdia conosco como zelador ou como zelado deste Projeto.
As leituras deste dia são retiradas das seguintes passagens da Sagrada escritura: Eclo 3,2-6.12-14; Cl 3,12-21; Lc 2,41-52. O resumo, isto é, a palavra que retirei para mim foi esta do Evangelho: Jesus desceu, então, com seus pais para Nazaré e era obediente a eles.
Durante a meditação, Deus foi me mostrando que Jesus quis viver dentro de uma família composta por um pai (José), uma mãe (Maria) e ele. A Palavra diz ainda que Jesus era obediente a eles, isso é, vivia plenamente o 4º mandamento da Lei de Deus que diz: "Honrar pai e mãe".
A Palavra no dia de hoje mostra-nos que aquele que decide honrar pai e mãe recebe da parte de Deus algumas promessas. Vejamos quais são elas retiradas da primeira leitura, isto é, de Eclo 3:
v.4: receberá o perdão dos seus pecados, evitará cair neles e será ouvido na prece quotidiana;
v.6: terá alegria em seus próprios filhos; e, no dia em que orar; será atendido;
v.7: terá vida longa.
Já a segunda leitura, de Cl 3,12-21 nos dá algumas orientações para a família. Vejamos:
v.18: "Mulheres, sede submissas a vossos maridos, como convém no Senhor.", isso é, sede auxiliares dos maridos, sede aquelas que ajudam o marido.
v.19: "Maridos, amai a vossas esposas e não sejais ásperos com elas".
v.20: "Filhos, obedecei em tudo aos vossos pais..."
v. 21: "Pais, não irriteis vossos filhos, para que eles não percam o ânimo".
Percebi quanta sabedoria e quanta direção Deus deixou-nos por meio da sua Palavra. Deus abençoe a você e Feliz Ano Novo.
Padre Antônio Aguiar

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Separar...


Atendendo pessoas, tenho percebido que trazemos realidades que nos marcaram profundamente de modo que afetam nossa visão das pessoas, das coisas e da vida. Nem sempre estas coisas são de Deus, pois elas nos limitam, nos impedem de alçar vôos maiores.

Podemos chamar isso de preconceitos, mas também de perfeccionismos, que podem ser visões estreitas do mundo das quais precisamos nos libertar se quisermos de fato viver a Misericórdia. Por exemplo, no tempo de Jesus os fariseus tinham certa visão limitada de algumas realidades, como por exemplo, pensando que eram os alimentos e a maneira de os tomar que tornavam a pessoa impura. Então, elas deveriam se esforçar por jamais comer sem lavar as mãos. Jesus pelo contrário, mostra a eles que o que entra pela boca não pode tornar o homem impuro, pois sai pela latrina. O que torna o homem impuro é o que brota do interior do coração do homem - diz Jesus - pois pode contaminar todo o resto do corpo.

Pensavam os fariseus que a melhor maneira de se tornar puro era afastarem-se de todo e qualquer tipo de pessoa que não praticava a pureza da religião. Então deveriam ser evitados certos tipos de pessoas como os pecadores, os cobradores de impostos, etc... Pensavam inclusive que matando aqueles que rompiam com a Lei teriam uma sociedade mais pura.

Jesus rompe com isso. Ele vai ao encontro dos pecadores e diz claramente que se eles conhecem o que significa a Misericórdia não condenariam inocentes. Jesus então nos mostra que não podemos nos deixar dominar por limitações de visão do mundo, de pessoas, etc... Você pode não gostar de determinados tipos de pessoa, pode inclusive ter dificuldade com pessoas lentas - por exemplo - então na ótica de Jesus, a pessoa lenta é aquela de quem você deve se aproximar e não evitar, pois ela vai formar você na paciência.

Talvez seu limite seja outro. Jesus lhe pede que você não fuja dele, antes dê a si mesmo a oportunidade de enfrentá-lo, de com e como Jesus poder superá-lo buscando separar o seu limite do modo de ver de Deus, pois às vezes corremos o risco de imputar a Deus algo que é fruto de uma limitação pessoal. Basta nos lembrar do Diário 1478: "Deus não vê as coisas dessa maneira - como você a vê".

Buscar a visão de Deus. Eis o desafio.

FELIZ NATAL!!!

PADRE ANTONIO AGUIAR

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

É possível mudar os outros?

"Conta-se que um homem passou a vida tentanto mudar o mundo. Quando chegou a uma certa altura da mesma, ele percebeu que não dava pra mudar o mundo, e, então ele quis mudar as pessoas à sua volta. Passado mais um pouco de tempo, ele percebeu que também isso não era possível e percebeu que na verdade ele deveria se esforçar por mudar a si mesmo."
Esta história nos ajuda a entender uma verdade fundamental da nossa vida: devemos parar de querer modificar os outros, para então entendermos que Deus colocou as pessoas ao nosso lado para que através delas, Ele possa nos modificar. Sei - tanto quanto você - que conviver com o outro não é nada fácil, mas é um desafio constante.
Entretanto, um desafio que precisamos enfrentar, certos, de que com o auxílio da graça de Deus conseguiremos superar. O outro me coloca diante do limite de mim mesmo, e, me coloca também diante da grandeza do amor de Deus que permite todas estas coisas para o nosso bem. Como diz o apóstolo: "Tudo concorre para o bem dos que amam a Deus!" Concluo com um pensamento que aprendi em uma das peregrinações de que participei: "Tudo favorece, a quem não se aborrece e ainda agradece".
Padre Antônio

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Terço da Misericórdia - Promessas

As postagens que vinha fazendo no blog da Capelinha da Misericordia estou transferindo para aqui, de modo que fique apenas um blog e eu possa dar mais atenção ao mesmo.
- Recita o Terço que te ensinei, que a tempestade cessará. Logo comecei a recitar esse Terço, e nem cheguei a termina-lo quando a tempestade de repente cessou, e ouvi estas palavras: - Por ele conseguirás tudo, se o que pedires estiver de acordo com a Minha vontade. (Diário 1731)
Reze o Terço. Deus te ouvirá por meio dele.
Pe. Antônio Aguiar

Lidar consigo mesmo

Estes dias durante minha oração pessoal, fui me dando conta de que existiram momentos em que eu falhei, em que não tive cem por cento atento e acabei "pisando na bola". Acabei por dar-me conta do quanto às vezes eu tenho sido exigente comigo mesmo, de modo que senti interiormente que uma cobrança estava começando em relação à mim mesmo.
Foi aí que brotou interiormente as palavras que Jesus Misericordioso disse a Santa Faustina: "Agrada-me que suportes com paciência a ti mesmo". Como fez-me bem ouvir interiormente Jesus Misericordioso falando-me. Imediatamente senti que devia procurar não dar espaço àquela tentação que vinha querendo retirar-me do eixo, da direção à qual ele mesmo me introduziu. Pude estar mais vigilante em relação a isso, a não alimentar a cobrança, mas a exercitar-me na paciência comigo mesmo.
Testemunho que este é um exercício diário e que o Senhor aos poucos me vai dando a palma da vitória. Pude ao final do dia agradecer ao Senhor por ter-me alertado logo de manhã, e, desta forma pude estar vigilante o dia todo para não perder a paciência comigo mesmo.
Deus o abençoe.
Pe. Antônio Aguiar

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Deus penetra o coração

"Quando as minhas intenções não são reconhecidas e mal interpretadas, não me admiro muito disso, pois sei que apenas Deus penetra no meu coração. A verdade não desaparece, o coração ferido se acalma com o tempo, e é nas adversidades que o meu espírito se fortalece. Nem sempre dou ouvidos ao meu coração, mas peço luzes a Deus, e quando consigo me equilibrar, então falo". (Diário 511).
Que palavras admiráveis estas de Santa Faustina. Quanto equilíbrio nelas. Elas nos ensinam algumas coisas:
1º) Apenas Deus penetra nosso coração, apenas ele conhece a verdadeira intenção do nosso coração. Não é o que diz a Palavra? "Deus olha o coração". Então, não se admirar se as pessoas não reconhecem nem conhecem nossas verdadeiras intenções.Basta que Deus o saiba.
2º)O coração se acalma com o tempo. O coração precisa de tempo para se acalmar. Como isso me consola o coração, pois, sou daqueles que precisa de tempo pra administrar e digerir as coisas.
3º)É nas adversidades que o meu espírito se fortalece. É tradução do que São Paulo escreve: 'É na minha fraqueza que se manifesta a força de Deus". Nos momentos difíceis o meu espírito se fortalece.
4º) Nem sempre dar ouvidos ao coração. Confirma o que Jesus Misericordioso mesmo disse que não devemos nos deixar dominar pelos sentimentos, pois eles nem sempre estão em nosso poder (confira Diário 1760). Não dar ouvidos ao coração é não dar ouvidos aos sentimentos que às vezes fazem muito barulho.
5º)Pedir luzes a Deus.
6º)Falar somente quando tudo estiver calmo no coração.
Pe. Antônio Aguiar

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

13 anos servindo o Senhor

Foi no dia 30 de Novembro: pela imposição das mãos e pela oração consecratória de Dom Alano Maria Pena - OP, me tornava sacerdote do Altíssimo. São treze anos que o Senhor em sua bondade dignou-se conceder-me a graça de servi-lo. Não existem palavras em meu coração suficientes para descrever a alegria que experimento por ser sacerdote, por ver que apesar das fragilidades da minha natureza, Deus tem realizado o bem a muitas almas.
Como não pensar nas numerosas pessoas que encontraram o perdão pela absolvição sacramental das minhas mãos, como não pensar naquelas que foram alimentadas pelo Corpo do Senhor pela Hóstia consagrada pelas minhas mãos, como ainda esquecer as numerosas pessoas , que graças à direção espiritual decidiram percorrer caminhos de santidade. Enfim, tudo graça e Misericórdia do Senhor que se digna manifestar na minha fraqueza a sua força.
Deus é admirável em sua Providência Misericordiosa. Só me resta hoje agradecê-lo e pedir com humildade perdão pelas incontáveis vezes em que não fui testemunha da sua Misericórdia, em que falhei nas minhas fraquezas, em que simplesmente não fui exemplo e modelo para as ovelhas. Aos que ofendi, aos que deixei de atender ou atendi mal, aos que vencidos pelo cansaço não quis dar atenção e partiram com o coração feridos, por todo mal exemplo, peço a Deus e ao seu povo perdão e Misericórdia.
Como tenho aprendido: o bem é incomensuravelmente maior que o mal que eu possa ter realizado. Tudo graças à Misericórdia de Deus.
Pe. Antônio Aguiar

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Deus nos convida à comunhão

Na passada sexta-feira pude participar de um Retiro destinado aos sacerdotes pregado por Dom Taveira na Comunidade Bom Pastor do Rio de Janeiro. Foi um forte momento de encontro com o Espírito Santo onde Deus me falou fortemente ao coração. Foi me passando diante dos olhos o momento em que o soldado pegou da lança e rasgou Coração de Jesus e dele saiu sangue e água. Naquele exato momento me lembrei de vários pensamentos dos Padres da Igreja sobre esse assunto como:
“Se Adão foi figura de Cristo, o sono de Adão foi também figura do sono de Cristo, dormindo na morte sobre a Cruz, para que, pela abertura do seu lado, se formasse a verdadeira mãe dos vivos, isto é a Igreja” (PL t. II, col.767). (Tertuliano)
“A lança do soldado abriu o lado de Cristo e foi neste momento que, de seu lado aberto, Cristo construiu a Igreja, como outrora a primeira mãe, Eva, foi formada de Adão".(São João Crisóstomo)
“Adão dorme para que nasça Eva. Cristo morre para que nasça a Igreja. Enquanto Adão dorme, Eva se forma do seu lado. Quando Cristo acaba de morrer, seu lado é aberto por uma lança, para que dali corram os sacramentos para formar a Igreja” (Santo Agostinho - Tractatus in Joannem, X, cap II, n.10).
Foi-me dado o entendimento de que ao permitir que seu Coração fosse aberto pela lança, Jesus na verdade estava convidando todo homem e toda mulher a entrar em comunhão com ele, aquela mesma comunhão que havia entre o homem e Deus no paraíso e fora destruída pelo pecado. Restaurar esta comunhão é o motivo pelo qual Jesus derramou a sua Misericórdia sobre a humanidade, é o motivo pelo qual Jesus quis que a Igreja nascesse do seu lado aberto, já que a Igreja é sacramento de comunhão.
Cristo pela cruz restaurou a comunhão entre Deus e o homem, entre o homem e Deus. E a busca da restauração desta comunhão a cada dia é uma tarefa da Misericórdia já que a mesma, quer por meio do sacramento da confissão restaura em nós a comunhão com Deus que o pecado rompera em nós, quer pela prática das obras de misericórdia que restauram a comunhão entre mim e o irmão. Enfim, ainda estou ruminando esta grande graça para poder traduzí-la pra todos.
Pe. Antônio Aguiar

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Lidar consigo mesmo

Estes dias percebi que estava muito sensível, a ponto de me irritar facilmente com uma pessoa que está me visitando. Foi num domingo de manhã. O que fazer? Quando em dei conta de como estava já havia acabado me irritado muito e perdido a paciência. E o que pude fazer?
Bem, se a pessoa não tivesse me dado o alarme eu não teria entendido que o estava magoando. Ele me disse: "Reze muito, pois estou ficando magoado!"
Naquele momento entendi que eu precisava colocar um freio em mi mesmo. Imediatamente veio-me as palavras de Jesus a Santa Faustina: "Agrada-me que suportes com paciência a ti mesmo". O que pude fazer senão chamar a pessoa e pedir desculpas? E depois de me ter reconciliado com ela passar a estar mais atento ao meu temperamento, pois vi que a vigilância se fazia necessária?
É isso. A Misericórdia se conquista com luta. Sou conhecido como o padre sorriso. Mas acabei por descobrir que o sorriso é uma maneira muito boa que Deus concedeu-me pra disfarçar meu nervosismo. Enfim: Deus abençoe você.
Pe. Antônio Aguiar

domingo, 15 de novembro de 2009

Partilhando o estudo bíblico

Hoje a Liturgia celebra o 33º Domingo do Tempo Comum, de modo que se aproxima o Advento. Com isso, a liturgia nos vai falando da segunda vinda de Jesus, de modo a nos ajudar a viver bem este tempo. É o que podemos ver no Evangelho deste domingo: "Então vereis o Filho do Homem vindo nas nuvens com grande poder e glória!" (Mc 13,24-32)
Esta é a nossa esperança. Dela nos alimentamos, dela vivemos a ponto de as últimas palavras da Bíblia no Apocalipses serem estas: "Maranatha!" "Vem, Senhor Jesus!" E de diariamente na Liturgia, a Igreja pelo menos em dois momentos nos lembrar desta verdade da nossa fé. Após a consagração, quando rezamos: "Anunciamos, Senhor a vossa morte e proclamamos a vossa Ressurreição. Vinde, Senhor Jesus!" Ou após a oração do Pai Nosso, quando o Padre diz uma oração que termina assim: "...Enquanto vivendo a esperança, aguardamos a vinda do Cristo Salvador!"
Dela também nos alimenta a devoção à Divina Misericórdia, pois, Jesus Misericordioso é bem claro quando diz que a Misericórdia é a última tábua de salvação que ele oferece à humanidade, de modo que duas das cinco pedrinhas que ele revelou a Santa Faustina para nós tem este objetivo:
Terço da Misericórdia: "Recita, sem cessar este Terço que te ensinei... Os sacerdotes o recomendarão aos pecadores como a última tábua de salvação". (Diário 687)
Festa da Misericórdia: "As almas se perdem, apesar da minha amarga paixão. Estou lhes dando a última tábua de salvação, isto é, a Festa da Misericórdia" (Diário 965).
Agora, o que acontecerá naquele dia?
A primeira leitura nos responde: "Muitos dos que dormem no pó da terra despertarão: uns para a vida eterna, outros para o opróbrio eterno (inferno)." (Dn 12,1-3)
Os que já morrerão despertarão e aí haverá o julgamento eterno. Como será, Mt 25,31-46 nos dá idéia, onde inclusive as perguntas que nos serão feitas naquele momento, nos indicam que tem a ver com a Misericórdia: "Estava com fome e me deste de comer, com sede e me destes de beber... O que fizestes (ou deixastes de fazer) ao menor dos meus irmãos, a mim o fizestes (ou deixastes de fazer)".
A seguir, nos diz a segunda leitura: "Não lhes resta mais senão até que os seus inimigos sejam postos debaixo de seus pés". (Hb 10,11-14.18). Ap 20,11-13: "Vi também os mortos, grandes e pequenos, em pé diante do trono. Foram abertos livros, e mais um outro livro ainda: o livro da vida. Então foram julgados os mortos, de acordo com sua conduta, conforme está escrito nos livros. O mar devolveu os mortos que nele se encontravam. A Morte e a Morada dos mortos entregaram de volta os seus mortos. E cada um foi julgado conforme sua conduta. A Morte e a Morada dos mortos foram então atirados no lago de fogo. Esta é a segunda morte: o lago de fogo".
Por fim, não pensemos que estes dias estejam distantes. No final do Evangelho de hoje, Jesus diz: "Quanto àquele dia e hora, ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho, mas somente o Pai". Mas, este mesmo Jesus nos alerta através da passagem do Diário 965: "Fala ao mundo da minha insondável Misericórdia, pois está próximo o dia da minha justiça".
Concluindo: Nosso remédio é um só: a Misericórdia de Deus. Vale a pena relembrar as palavras de Jesus Misericordioso: "Se não venerarem a Minha Misericórdia, perecerão por toda a eternidade". (Diário 965)
Padre Antônio Aguiar

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Deixar tudo nas mãos de Deus

Tenho feito a experiência da minha contigência, da minha pequenez diante de muitas coisas. E sempre diante delas só posso persistir em frente quando me apoio em Deus. Ás vezes, quando olho para algo que simplesmente ultrapassa as minhas forças, dirijo a Jesus um olhar de impotência: como poderei ir avante sem me sucumbir. Logo retomo a paz e me empenho a ir vivendo e administrando uma coisa de cada vez, uma realidade de cada vez. E quando percebo, aquilo que parecia não iria dar conta, simplesmente ficou para trás. Deus concedeu-me a força e a capacidade de ir além.
Somente ele. De fato, ele disse: "A alma que confiar em mim é a mais feliz, porque eu mesmo cuido dela". (Citação livre do Diário de Santa Faustina) Tenho visto Deus cuidar de mim, e você?
Padre Antônio Aguiar

domingo, 1 de novembro de 2009

A medida do amor

São Francisco de Sales diz que: "A medida do amor é não ter medidas". De fato, Deus nos ama sem medidas, isto é, ele não se cansa de nos amar, de modo que, mesmo que quiséssemos que ele nos deixasse de amar ele não poderia fazê-lo pois Deus só sabe amar com um amor sem medidas. A figura do Pai do filho pródigo dá-nos a idéia deste amor que ama sem medidas, deste amor que perdoa mesmo as maiores atrocidades cometidas por nós.
É a este amor que ele também nos convida: a amarmos sem medida. Já faz um certo tempo venho sentindo esta experiência: amar o outro até onde eu sinto que posso amar é algo que tem medida, mas me esforçar por amar o outro a partir do momento em que sinto no meu humano que ele não merece ser amado, buscando forças em mim onde elas não existem para amar, isso sim, é Misericórdia. Vale a pena lembrar as palavras de Jesus: "Se amais somente os que vos amam, que merecimento tereis?" Eis então o convite que o Senhor me faz: Amar os que não m,e amam.
Certa feita, alguém magoou-me profundamente espalhando coisas a meu respeito que não correspondiam à verdade. Foi então que eu em oração perguntei a Jesus Misericordioso como eu deveria me comportar diante desta pessoa? A resposta que recebi foi: "Ama por amor de mim!" Pedi a Jesus força, pois não as possuia em mim. E ele me concedeu a graça de disfarçar tão bem de modo que a pessoa não percebesse que eu sabia da verdade. Tem razão São Francisco de Sales: "A medida do amor é não ter medidas".
Pe. Antônio Aguiar

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

A Imagem de Jesus Misericordioso

Quando Jesus Misericordioso, apareceu a Santa Faustina Kowalska, no dia 22 de fevereiro de 1931, e pediu a ela; “Pinta uma imagem de acordo com o modelo que estás vendo e com a seguinte inscrição: “Jesus eu confio em vós” O que Jesus na verdade estava pedindo a ela, era que colocasse numa tela a tradução desta passagem da escritura ( João 20,19-29). Porque na verdade a imagem da Divina Misericórdia como nós vemos e veneramos é a pessoa de Jesus ressuscitado, desse mesmo que nos fala o Evangelho.
Os discípulos que estavam no cenáculo de portas trancadas por medo dos Judeus, e Jesus vai ao encontro deles, para levar-lhes ânimo, para ressuscitar neles a alegria, e que pudessem experimentar uma nova força e encher-se de coragem e partir para anuncio do Evangelho.Temos aqui uma devoção que tem origem bíblica, e a imagem que o Senhor nos convida a venerar é esta imagem de Jesus Misericordioso e precisamos entender que quando Jesus pediu a ela, não foi fácil realizar os desejos do Senhor. Para nós como apóstolos da misericórdia de Deus, precisamos entender esta imagem: Em primeiro lugar São João Crisóstomo nos fala que do lado aberto de Cristo nasceu a Igreja. Quando o soldado abriu o coração de Jesus ali vemos o nascimentos da Igreja, ali nasceu os sacramentos. Quando Santa Fautisna insiste com Jesus para lhe explicar o significado dos raios que saem do seu coração Ele explica, que os raios vermelhos significa a vida das almas e os raios brancos que significa a água que justifica as almas.
Portanto o Sacramento da Eucaristia, do Batismo e todo os demais sacramentos, de modo que ao nos encontrarmos diante da imagem de Jesus, somos convidado a conhecer ainda mais o mistério do corpo místico da Igreja na qual eu e você pertencemos e somos convidados por Ele a nos aproximarmos da fonte da misericórdia que Ele abriu para nós, fonte do perdão, da misericórdia que é o sacramento da confissão e nos alimentarmos do seu corpo e sangue que nos é dado na Eucaristia. Por isso, nós podemos perceber que a Divina misericórdia nos introduz no coração da Igreja, e podemos fazer a experiência de uma fé comprometida e precisamos perceber que além de mandar pintar a imagem, Ele deseja que todos nós possamos venerar a sua imagem. Ele disse a Santa Faustina: “Essa imagem será primeiramente venerada na capela das vossas irmãs e depois será venerada pelo mundo inteiro”.O Senhor deseja que o veneremos, que nos coloquemos diante d'Ele com profunda confiança. Esta frase que está escrita aos pés da imagem: “ Jesus eu confio em vós” é para nós um programa de vida, é para mim e você um convite a depositarmos inteiramente a nossa confiança na misericórdia de Deus. Sabemos que muitas vezes precisamos buscar soluções para diferentes realidades e problemas e não podemos ficar parados esperando que as soluções cheguem até nós, mas precisamos dar passos. Algumas vezes tentamos de todas as formas conseguir soluções, e nos agitamos, nos desgastamos, e só depois de ter esgotado tudo aquilo que humanamente poderíamos fazer, somente nesse momento é que nos lembramos da misericórdia de Deus, só então nos voltamos para Ele, porque já não temos em nós a força que pensávamos que tínhamos.
Em muitas passagens da Palavra de Deus o Senhor vai colocando de maneira muita clara, de que a fé é necessária para que a cura aconteça, e Jesus muitas vezes pergunta às pessoas que se aproximam d'Ele: Tu crês que eu posso fazer isso? E a resposta da pessoa é: Sim Senhor eu creio. E Ele responde: “Seja feito conforme a tua fé”.É isso que Jesus deseja que você compreenda, quando você se encontrar diante da imagem da Divina Misericórdia, entenda, que Ele espera também que você manifeste esta fé na pessoa d'Ele, que você demonstre esta confiança total e profunda, a certeza no seu coração e que de fato você acredite que Ele pode realizar na sua vida aquilo que você deseja e então será feito conforme a sua fé.No diário existem algumas passagens por meio das quais o Senhor vai nos dizendo que Ele deseja nos conceder graças, benção e milagres em nossas vidas por meio desta imagem, e uma delas está no número 327 do diário que diz: “Ofereço aos homens um vaso com o qual devem vir buscar graças na fonte da misericórdia, o vaso é a imagem com a inscrição: “Jesus eu confio em vós”.Então se você precisa de graças se aproxime com confiança da imagem da Divina Misericórdia, coloque-se com fé diante d'Ele e o Senhor lhe concederá muitas graças.
Padre Antônio Aguiar

Ecos de um Encontro

Neste último fim de semana - 23 a 25 de Outubro - tivemos o Encontro dos Apóstolos da Misericórdia em Cachoeira Paulista, na Canção Nova. Ricardo e Eliana Sá, Padre Ednilson do Santuário da Divina Misericórdia de Curitiba - PR e Padre Antônio Aguiar da Comunidade Anunciadores da Misericórdia. Os temas foram bastante variados: além das cinco pedrinhas da devoção à Divina Misericórdia, que são as cinco formas de se praticar a Misericórdia que Jesus revelou a Santa Faustina: a Imagem de Jesus Misericordioso, a Festa da Misericórdia, a Hora da Misericórdia, o Terço da Misericórdia e a Propagação da Misericórdia; tivemos uma pregação sobre o Fruto da Misericórdia: a conversão e o Anúncio da Misericórdia.
Um verdadeiro Encontro com a Misericórdia. Alguns ecos já durante o encontro começaram a nos chegar: um casal que estava acompanhando pela televisão o encontro em São Paulo - Capital sentiu-se tão profundamente tocado pelas pregações que resolveram sair de casa e vir a Cachoeira Paulista para se confessar com um dos padres e assim retomar a sua amizade com Jesus. Outra pessoa fez-nos chegar o seu testemunho onde dizia que ele há muito sentia desejo de voltar pra Deus realizando uma boa confissão de coisas que sentia havia escondido em outras confissões. Reconciliou-se e dizia-nos em um testemunho escrito que nos fez chegar ser o homem mais feliz do mundo.
Foi ficando claro para nós que tivemos a responsabilidade de pregar o encontro que era o momento preparado por Deus para que todos os devotos da Misericórdia pudessem se aglomerar em Cachoeira Paulista como uma única família para aprofundarmos o conhecimento da Misericórdia de Deus. Houve fortes momentos de oração e de entrega à Misericórdia, o compromisso de nos tornarmos verdadeiros apóstolos da Misericórdia realizado diante do quadro de Jesus Misericordioso. No próximo ano se Deus quiser durante o mês de Setembro teremos a oportunidade de nos encontrar novamente.
Padre Antônio Aguiar

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Matrimônio: uma escola de Misericórdia


Tenho tido a graça de conviver e de acompanhar casais. Tenho aprendido muita coisa. Uma delas é que o matrimônio é uma escola onde pode se aprender a Misericórdia. A vida tem me ensinado que toda convivência com pessoas faz com que eu possa me encontrar com as suas fraquezas, com os seus limites. Tenho percebido que somente depois de você conviver com a pessoa debaixo do mesmo teto, é que você passa a conhecer o outro na verdade dele mesmo, a saber como ele é. Aí, você não tem para onde fugir, quando você descobre que aquele com quem você se casou não é tão bonita quanto você pensava como era, quando você se confronta com a verdadeira realidade do outro e aí pode se surpreender. E a surpresa pode não ser tão agradável quanto a que você vê. Neste caso, o que fazer?

Você pode querer aprender a lidar com o outro, ou você pode querer fugir do outro, querer não encarar esta realidade do matrimônio, pois você não se sente preparado para lidar com ela. O que fazer? Fugir, fazer as malas e voltar pra casa, pois tenho o direito de ser feliz e o outro é um obstáculo a isso, ou buscar conversar com ele, buscar viver a misericórdia com ele e assim aprender a administrar as situações que Deus vai permitindo que apareçam para que possamos crescer juntos enquanto esposo e esposa?

Boa parte opta por fugir. Tenho entendido que as promessas matrimoniais realizadas perante o altar: amar na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da vida para muitos nada representam. Mas, para quem deseja fazer do matrimônio uma escola de santidade então a pessoa vai descobrir como São Paulo que o amor é paciente, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. E vai entender que o matrimônio é o lugar certo para aprender a suportar com paciência as fraquezas do próximo, a perdoar quem me ofendeu, a ouvir o outro e dar bom conselho, a corrigir quando perceber que o outro errou, a ensinar se percebo que ele está agindo assim ou assado por ignorar isso ou aquilo, a consolar o cônjuge se ele estiver aflito, a permanecer ao lado dele, etc...

Desta forma, o matrimônio se torna uma autêntica escola da misericórdia.

Padre Antônio Aguiar

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Dizer "Não a si mesmo" para viver a Misericórdia

Nossa natureza marcada pelo pecado precisa ser controlada, caso contrário, jamais conseguiremos viver a Misericórdia. Por exemplo, imaginemos que você seja uma pessoa com forte temperamento que acaba explodindo com uma imensa facilidade, já que seu temperamento é colérico-sanguíneo. O que fazer neste caso?
Dar livre vazão ao temperamento, já que pau que nasce torto cresce torto?
Continuar agindo deste jeito porque você não gosta de engolir sapo? Mas - diz você - eu quero viver a Misericórdia. E aí o que fazer? Você vai precisar aprender a dizer não a si mesmo, a dizer não ao seu temperamento, você vai ter que aprender a se controlar caso contrário não conseguirá viver a Misericórdia.
De fato, uma das obras de Misericórdia espirituais é suportar com paciência a fraqueza do próximo, isto é, ter paciência com o outro e com o seu processo pessoal. Mas, você diz o outro é que precisa mudar e não eu? Errado. Você precisa mudar e o outro mudará na medida em que perceber que as mudanças estão acontecendo em você. Na medida em que ele perceber que você está aprendendo a ser paciente, a dizer não para si mesmo e a se controlar - você que era tão impaciente - a própria pessoa tocada pela graça principiará também o seu processo de conversão pessoal. E você nem vai precisar dizer nada.
Precisamos acreditar mais em Deus e na sua Misericórdia. A sua Graça não falha. Reze e busque dizer não a si mesmo, e, ai sim você conseguirá viver a Misericórdia.
Deus abençoe.
Padre Antônio Aguiar

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Dizer "não" é Misericórdia?

Esta é uma pergunta que às vezes aflora ao meu coração, e que volta e meia alguém me pergunta: Dizer "não" é Misericórdia? A resposta que me vem ao coração é: depende da situação. Tendo diante dos olhos por exemplo a Parábola do Bom Samaritano, que mostra o exemplo de duas pessoas: um levita e um sacerdote que disseram não, isto é, negaram-se a prestar socorro a uma pessoa necessitada, neste caso, dizer "não", não foi uma obra de Misericórdia.
Mas, em outras situações, como por exemplo quando um pai ou uma mãe está passeando com um filho no Shopping e ele se detêm diante de uma vitrine empacando e gritando que quer aquele presente que tem ali diante dos olhos. Mesmo depois do pai ou da mãe terem explicado que não têm condições de dar aquele presente a ela, se ela permanece firme em seu propósito, dizer "não" neste caso é Misericórdia, pois você estará educando o filho, estará ensinando a ele que na vida que nem tudo é sim como disse o Apóstolo: "Tudo vos é permitido, mas nem tudo vos convêm".
E o que dizer daquele que empaca na sua vontade, querendo que todos se curvem diante da sua vontade querendo que todos entendam que a melhor e talvez a única idéia salutar é a sua, e que por isso, o melhor é que todos cedam diante dos seus pensamentos? Neste caso, é Misericórdia dizer "não" a esta pessoa, mostrar a ela assim que Deus criou todo ser humano livre e que permanecemos livres para fazer a nossa escolha, de modo que ninguém pode querer nos obrigar a ceder às suas pressões. Deus por exemplo, não nos dá somente o que pedimos, mas nos concede sempre o que precisamos mesmo que aquilo não nos agrade.
Entender que quando recebo um "não" é para o meu crescimento, é sinal de maturidade. Então, que tal aprendermos a dizer "não", quando for preciso?
Padre Antônio Aguiar

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

De olho na Agenda de Outubro

Dia 1-Missa na Casa de São Gonçalo - 15 hs
Dia 2-Missa em Macaé - Igreja Nossa Senhora de Fátima
Dia 4-Missa Santuário - 17 hs
Dia 6-Missa na Casa de São Gonçalo - 19 hs Confissões na mesma Casa - 15 ás 18 hs
Dia 8-Missa às 19 hs - Itaguaí - Catedral
Dias 9-12 - Retiro de Casais em Santa Teresa - ES
Dia 11-Missa Santuário - 19 hs
Dia 13-Confissões - 15 ás 18 hs Missa ás 19:30 hs
Dia 15-Missa na Casa de São Gonçalo - 15 hs
Dia 17-14:15-Palestra sobre Magistério da Igreja - Igreja São Lourenço - EJM - Formação 16 hs - Santuário
Dia 18-Missa no Santuário - 17 hs
Dia 19-Missa Cubango - 19:30 hs
Dia 20-Confissões - 15 às 18 hs Missa-19 hs
Dia 22-Missa na Casa de São Gonçalo-19:30 hs
Dias 23-25-Acampamento dos Apóstolos da Misericórdia - Canção Nova
Dia 26-Missa Cubango-19:30 hs
Dia 27-Missa Casa São Gonçalo - 19:30 hs
Dia 29-Missa Casa São Gonçalo- 15 hs
Dia 30-Missa São José do Imbassaí-19:30 hs
Dia 31-Formação dos Mesc - 8 ás 12 hs Assembléia Vicarial

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Tocar no Crucificado


Há uma estação da Via Sacra que nos fala: Jesus é descido da cruz. E a imagem utilizada para descrever esta cena é a da Pietá, de Maria que acolhe em seus braços o filho crucificado. Além dela, provavelmente José de Arimatéia que ofereceu seu próprio túmulo para nele o Senhor repousar e Nicodemos devem ter tocado no crucificado, já que ele precisava ser preparado para o sepultamento.

Então também nós podemos tocar no crucificado. Quando é que eu toco no crucificado? Geralmente quando olhamos ou pensamos em Jesus Crucificado o vemos ferido, coberto de chagas, homem das dores - no dizer das Escrituras - de modo que quando dizemos que tocamos em um crucificado, estamos falando daquela pessoa que esta passando por alguma dor seja ela física, espiritual ou ainda moral. Estas pessoas parecem estar com chagas tão grande é o sofrimento que elas trazem em si.

Nesta situação - há inclusive uma obra de Misericórdia espiritual chamada Consolar os aflitos - quando eu me disponho a acolher, a reservar um tempo para ouvir esta pessoa, a rezar com ela e quem sabe dizer-lhe palavras de consolo que a possam animar, eu, neste momento estou tocando o crucificado pois estou tocando na dor daquela pessoa, estou tocando em algo que é muito sagrado para ela.

Às vezes, nestes momentos sinto-me tão pequeno que a única coisa que posso fazer é sentir no coração a mesma dor que aquela pessoa está sentindo. Algumas lágrimas de vez em quando afloram nos meus olhos pois sinto-me impotente como Maria devia sentir-se aos pés da cruz. De modo que a única coisa que posso fazer e faço é rezar com a pessoa e assumir suas dores diante de Deus. Deste modo, sinto-me tocando no crucificado de modo que com ela espero o dia em que aquela dor transformada pela graça de Deus possa me dar a oportunidade de com ela tocar no Ressuscitado que se esconde por trás da dor.

Pe. Antônio Aguiar

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Viver pela fé

Uma jovem recentemente partilhou comigo que voltava do trabalho quando percebeu que estava dentro do ônibus um pobre de rua. Já estava comento algo que trouxera em sua bolsa, quando percebera a presença do mesmo e sentiu que o cheiro que exalava este irmão a estava causando repulsa.
Viu que o pobre de rua olhava para sua comida e ela percebia que ele estava com fome, mas não tinha forças para romper aquela barreira invisível que se instalara entre os mesmos e oferecer-lhe do que estava comendo. O fato é que o pobre acabou descendo e ela que tivera a oportunidade de fazer uma boa obra não conseguindo-a, ficou muito triste consigo mesma. Sentia no coração que era o próprio Jesus que estava escondido por trás daquele irmão de rua, mas deixara-se se vencer pela sua humanidade.
Dias mais tarde, indo para o trabalho encontrou novamente o mesmo irmão de rua. E, desta vez, embora sua natureza se revoltasse ela comprou um lanche e voltou atrás do irmão de rua e ofereceu ao mesmo. Ficou muito feliz por ter conseguido ultrapassar aquela barreira pela fé. Sim, pois somente pela fé eu posso reconhecer na pessoa desfigurada de um irmão de rua, de um enfermo ou de qualquer pessoa a figura do próprio Cristo que disse: "O que fizerdes ao menor dos meus irmãos, a mim o fazeis!" (Mt 25,40)
Somente pela fé, tanto quanto você podermos romper esta dificuldade humana e viver pela fé. Vale a pena lembrar as palavras de Jesus Misericordioso a Santa Faustina: "Fica sabendo que o que fizerdes de bom a qualquer alma, eu o aceito como sendo feito a mim mesmo". Citação livre do Diário)
Padre Antônio Aguiar

sábado, 26 de setembro de 2009

Novena a Santa Faustina


Neste domingo começa a Novena em preparação para a Festa de Santa Faustina, dia 05 de Outubro. Para que você possa se preparar para este momento tão importante, coloco aqui a Novena.


Oração Inicial (Para todos os dias da Novena)
Sinal da Cruz:
Pelo sinal da santa Cruz, livrai-nos, Deus Nosso Senhor dos nossos inimigos. Em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo. Amém.
Oração de entrega à Vontade de Deus
Com a confiança e a simplicidade de uma criança entrego-me hoje a Vós, Senhor Jesus e meu Mestre. Deixo-vos inteira liberdade na direção da minha alma. Guiai-me pelos caminhos que escolherdes, eu não vou querer entendê-los, eu Vos seguirei confiante. O Vosso Misericordioso Coração tudo pode!(D. 228)

Oração final(Para todos os dias)
1.Oração de Santa Faustina
Ó Jesus, que fizestes de Santa Faustina uma grande veneradora da Vossa infinita Misericórdia, dignai-Vos conceder-me pela sua intercessão a graça ... que Vos peço, se é da Vossa Santíssima Vontade.
Seu que não sou digno(a) da Vossa Misericórdia, mas olhai para o espírito de dedicação e sacrifício de Santa Faustina e pela sua intercessão ouvi as súplicas que Vos apresento confiando em Vós. Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo. Como era no Princípio, agora e sempre. Amem.
Salve Rainha, Mãe de Misericórdia, vida, doçura, esperança nossa salve. A vós bradamos, os degredados filhos de Eva. A vós suspiramos, gemendo e chorando neste vale de lágrimas. Eia, pois, advogada nossa os vossos olhos misericordiosos a nós volvei. E, depois deste exílio, bendito é o fruto do vosso ventre. Oh! Clemente. Oh! Piedosa! Oh! Doce sempre Virgem Maria. Rogai por nós Santa Mãe de Deus, para que sejamos dignos das promessas de Cristo. Santa Faustina, rogai por nós.
Primeiro dia
Santa Faustina : Adoradora da Misericórdia de Deus
Ó Misericórdia Divina insondável e inesgotável,
Quem Vos poderá venerar e glorificar dignamente?
Atributo máximo de Deus Onipotente,
Sois a doce esperança para o homem pecador. (D. 951)
Repito essas palavras, simples e sinceras de Santa Faustina, para adorar juntamente com ela e com todos vós o mistério inconcebível e insondável da misericórdia de Deus. Com ela, queremos professar que não existe para o homem outra fonte de esperança, fora da misericórdia de Deus. Desejamos repetir com fé: Jesus, eu confio em Vós!
No nosso tempo, em que o homem se sente perdido face às numerosas manifestações do mal, temos particular necessidade desse anúncio que exprime a confiança no amor onipotente de Deus. É preciso que a invocação da misericórdia de Deus surja do fundo dos corações repletos de sofrimento, de apreensão e de incerteza, mas que, ao mesmo tempo, procura uma fonte infalível de esperança. (Papa João Paulo II, in L’Oss. Romano, p.3 , n.34 – 24/08/ 2002)
Meditação
Não existe para o homem outra fonte de esperança, fora da Misericórdia de Deus. Por isso, devemos repetir com fé: Jesus, eu confio em Vós! É preciso que a invocação da Misericórdia de Deus surja do fundo dos corações repletos de sofrimento, de apreensão e de incerteza, mas que, ao mesmo tempo, procura uma fonte infalível de esperança.
Oração final
Segundo dia
Oração Inicial (Para todos os dias da Novena)
Riqueza da Misericórdia de Deus
. Este lema resume, de certa forma, toda a verdade sobre o amor de Deus, que redimiu a humanidade. (Ef 2,4-5).A plenitude deste amor revelou-se no sacrifício da Cruz. Com efeito, (Jo 15,13). Esta é a primeira medida do amor de Deus! Esta é a medida da misericórdia de Deus.
Desde o início da sua existência, apelando para o mistério da Cruz e da Ressurreição, a Igreja anuncia a misericórdia de Deus, penhor de esperança e fonte de salvação do homem. Todavia, parece que hoje em dia ela é particularmente chamada a anunciar esta mensagem ao mundo inteiro. E não pode descuidar esta missão, se é Deus que a chama com o testemunho de Santa Faustina.
(Papa João Paulo II, in L’Oss. Romano, p.3 , n.34 – 24/08/ 2002)
Meditação
Ó fonte inesgotável da misericórdia divina, derramai-Vos sobre nós. A Vossa bondade não tem limites. Confirmai, ó Senhor, a força da Vossa Misericórdia sobre o abismo da minha miséria, porque a Vossa compaixão não conhece limites. A Vossa misericórdia é incomparável e inatingível e assombra a mente dos homens e dos anjos.(D. 819)
Oração final
Terceiro dia
Oração Inicial (Para todos os dias da Novena)
Chegou o Momento da Misericórdia
É necessário fazer ressoar a mensagem do amor misericordioso com um vigor renovado. O mundo precisa desse amor. Chegou a hora de fazer a mensagem de Jesus Cristo atingir todos os homens: de maneira especial aqueles, cuja humanidade e dignidade parecem perder-se no misteryum iniquitatis. Chegou o momento de a mensagem da Misericórdia divina derramar a esperança nos corações, tornando-se a centelha de uma nova civilização: a civilização do amor.
A Igreja deve anunciar esta mensagem incansavelmente, não apenas com palavras ardentes, mas com uma solícita prática da misericórdia. É por este motivo que indica maravilhosos exemplos de pessoas que, em nome do amor de Deus e do homem, .
Meditação
Ó Jesus, desejo viver o momento presente, viver como se este dia fosse o último da minha vida: aproveitar cuidadosamente cada momento para a maior glória de Deus; fazer uso de cada circunstância, de tal maneira, que a alma possa tirar proveito. (D.1183)
Oração final
Quarto dia
Oração Inicial (Para todos os dias da Novena)

A Civilização do Amor
Diante da humanidade, abrem-se novas perspectivas de desenvolvimento e, ao mesmo tempo, de perigos até agora inéditos. Com freqüência, o homem vive como se Deus não existisse, e chega a pôr-se a si mesmo no lugar de Deus. Assim, arroga a si próprio o direito do Criador, de interferir no mistério da vida humana. E, mediante manipulações genéticas, quer decidir a vida do homem e determinar o limite da morte. Rejeitando as leis divinas e os princípios morais, ele atenta abertamente contra a família. De várias maneiras, procura fazer calar a voz de Deus no coração dos homens; e quer fazer de Deus . O continua a caracterizar a realidade do mundo.
Experimentando este mistério, o homem vive o medo do futuro, do vazio, do sofrimento e do aniquilamento. Por isso, hoje, é necessário fazer ressoar a mensagem do amor misericordioso com um vigor renovado. O mundo precisa desse amor. Chegou a hora de fazer a mensagem de Jesus Cristo atingir todos os homens: de maneira especial aqueles, cuja humanidade e dignidade parecem perder-se no misteryum iniquitatis. Chegou o momento de a mensagem da Misericórdia divina derramar a esperança nos corações, tornando-se a centelha de uma nova civilização: a civilização do amor.
A Igreja deve anunciar esta mensagem incansavelmente, não apenas com palavras ardentes, mas com uma solícita prática da misericórdia. É por este motivo que indica maravilhosos exemplos de pessoas que, em nome do amor de Deus e do homem, .(Homilia da Santa Missa de Beatfidicacao de quatro Servos de Deus, em Cracóvia a 18 de Agosto – L’Osservatore Romano,n.34-24 de Agosto de 2002, pág.4)

Meditação
Jesus, fazei meu Coração semelhante ao Vosso, ou antes, transformai-o no Vosso Coração, para que eu saiba perceber as necessidades dos outros corações, especialmente dos que sofrem e estão tristes; que os raios da misericórdia descansem no meu coração. (D. 514)
Oração final
Quinto dia
Oração Inicial (Para todos os dias da Novena)
Maria aos pés da Cruz
(Jo 19,5). Aquela que estava unida ao Filho por vínculos de sangue e de amor materno, lá, aos pés da Cruz, vivia esta união no sofrimento. Só ela, apesar do sofrimento do coração do homem do coração de mãe, sabia que esse sofrimento tinha um sentido. Ela tinha confiança – confiança apesar de tudo – que se estava a realizar a antiga promessa: (Gn 3,15). E a sua confiança teve a confirmação, quando o Filho agonizante se dirigiu a ela: .
Podia ela naquele momento, aos pés da Cruz, pensar que dali a pouco, passados três dias, pensar que dali a pouco, passados três dias, a promessa de Deus se realizaria? Isto será para sempre um segredo do seu coração. Mas sabemos uma coisa: ela, a primeira entre todos os seres humanos, participou na glória do Filho do Ressuscitado. Ela – como cremos e professamos – foi elevada ao céu em corpo e alma para viver a união na glória, para rejubilar ao lado do Filho com os frutos da Misericórdia Divina e obtê-los àqueles que nela procuram refúgio. (João Paulo II, Cracóvia – 19 de Agosto de 2002 – L’Oss.Romano, 24/08/02, nº34, pág.6)
Meditação
Ó Maria, uma espada terrível transpassou hoje Vossa Santa Alma. Além de Deus, ninguém sabe do vosso sofrimento. A Vossa alma não se abate, mas é corajosa, porque está com Jesus. Doce Mãe, uni meu coração a Jesus, porque só então suportarei todas as provações e experiências e, só em união com Jesus, os meus pequenos sacrifícios serão agradáveis a Deus. Mãe dulcíssima, ensinai-me a vida interior. Que a espada dos sofrimentos nunca me abale. Ó Virgem pura, derramai coragem no meu Coração e velai por ele. (D. 915)
Oração final
Sexto dia
Oração Inicial (Para todos os dias da Novena)
Coração Novo – Obra da Misericórdia de Deus
(L’Oss. Romano, nº 26 – 29/06/2002).
Meditação:Ó meu Jesus, suplico-Vos pela bondade do Vosso dulcíssimo Coração de Jesus, que se acalme a Vossa ira e se nos manifeste a Vossa Misericórdia. Vossas Chagas sejam nossa defesa diante da justiça do Vosso Pai. Conheci-Vos, ó Deus, como fonte de misericórdia que vivifica e alimenta cada alma. Oh! como é grande a Misericórdia do Senhor, acima de todos os seus atributos. A Misericórdia é o maior atributo de Deus; tudo que está em minha volta, me fala disso. A Misericórdia é a vida das almas, a Sua compaixão inesgotável. Ó Senhor, olhai para nós e procedei conosco de acordo com a Vossa imensurável piedade, de acordo com a Vossa imensa misericórdia. (D. 611)
Oração final
Sétimo dia
Oração Inicial (Para todos os dias da Novena)
Coração de Jesus – Caminho de Reconciliação
O Coração de Jesus jamais teve sentimentos de ódio e de vingança, mas pediu o perdão para os seus algozes, aquele coração indica o caminho para sair do espiral da violência: o caminho da pacificação das almas, da compreensão e da reconciliação (L’Oss. Romano, nº 26 – 29/06/2002).
Meditação : Ó Jesus, misericórdia! Envolvei o mundo todo e estreitai-me ao Vosso Coração... Permiti, Senhor, que minha alma descanse no mar da Vossa inesgotável Misericórdia. (D. 869)
Oração final
Oitavo dia
Oração Inicial (Para todos os dias da Novena)
Eucaristia: fonte de Misericórdia
No Santíssimo Sacramento estão ‘contidos verdadeiramente, realmente e substancialmente o Corpo e o Sangue juntamente com a alma e a divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo. O que o alimento material produz em nossa vida corporal, a comunhão realiza de maneira espiritual. A comunhão da Carne de Cristo Ressuscitado, ‘vivificado pelo Espírito Santo e vivificante’, conserva, aumenta e renova a vida da graça recebida no batismo. Este crescimento da vida cristã precisa ser alimento pela comunhão eucarística, pão da nossa peregrinação, até o momento da morte, quando nos será dado como viático (Catecismo da Igreja Católica, n.1374.1932) .
Meditação: Dulcíssimo Jesus, acendei o meu amor para Convosco e transformai-me em Vós, divinizai-me, para que os meus atos Vos sejam agradáveis; que o consiga pelo poder da Santa Comunhão, que recebo diariamente. Como desejo ser inteiramente transformada em Vós, ó Senhor!(D. 1289)
Oração final
Nono dia
Oração Inicial (Para todos os dias da Novena)
Cristo Crucificado: Hóstia agradável a Deus
A justificação nos foi merecida pela paixão de Cristo, que se ofereceu na Cruz, como hóstia viva, santa e agradável a Deus, e cujo sangue se tornou instrumento de propiciação pelos pecados de toda a humanidade. A justificação é concedida pelo batismo, sacramento de fé (Catecismo da Igreja Católica, 1992).
Meditação: Conhecemo-nos mutuamente, o Senhor e eu, na morada do meu coração. Sim, agora sou eu que Vos recebo como hóspede no pequeno lar do meu coração, mas aproxima-se o tempo em que me chamareis para a Vossa morada, aquele que me preparastes desde a fundação do mundo. Oh! o que sou eu diante de Vós, Senhor! (D. 909)
Oração final

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Partilhando...


Estou lendo um livro muito gostoso. Ele trata de "Anunciai a Boa Nova - Meios de Comunicação a serviço da Igreja". É tão bom que numa tarde li 55 páginas. Li uma frase que me fez refletir um pouco. É esta: "O cristianismo nasceu de um fato: 'Ele ressuscitou'! E os apóstolos são testemunhas desse fato, pois puderam tocar o corpo de Cristo Ressuscitado".

Naquele momento me veio a seguinte pergunta: Posso ainda hoje tocar no Corpo do Ressuscitado? A resposta imediata que me veio foi: pode. Então me veio a lembrança duas pessoas que partilharam comigo graças alcançadas. Uma delas tem um amigo que perdera o pai aos doze anos, hoje já jovem estava perdendo o sentido da vida, angustiado, desanimado e foi falar com ele. Ele então falou de Jesus com muito fervor, de forma que Deus tocou o coração daquele jovem por meio das suas palavras. Disse-me que o jovem ficou com a fisionomia transfigurada e disse-lhe: "Isso que você está falando de Jesus é a mais pura verdade!" Bendito seja Deus. O jovem que estava procurando um emprego já está trabalhando. Este jovem tocou o corpo de Cristo Ressuscitado, do Cristo Vivo através desta graça.

Outra foi uma jovem: já tem uma prótese na coluna e outra numa das pernar. Sofre de uma doença que faz com que o osso se desgaste rapidamente, de modo que ele precisa ser trocado por uma prótese. Estava sofrendo muito, quando há quatro meses esta pessoa começou a frequentar as missas na Casa da Misericórdia na Quinta-feira ás 15 hs. Disse-me que os médicos a examinaram e puderam constatar que a sua doença havia estacionado de modo que ela não precisaria mais colocar protése na outra perna. Foi maravilhoso ver a alegria na face destas duas pessoas.

Através delas eu pude tocar no corpo de Cristo Ressuscitado, pude fazer a mesma experiência que os apóstolos. E você: tem podido tocar no corpo de Cristo Ressuscitado?

Padre Antônio Aguiar

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Um jeito de Servir para anunciar Jesus


No dia de ontem - 20 de setembro - tivemos a Festa de São Gonçalo, Padroeiro da Paróquia e da cidade de São Gonçalo - Rio de Janeiro. - Ao apresentar os Padres, o Vigário Episcopal se referiu a mim desta forma: "Este é o famoso coringa: Pe. Antônio Aguiar que sempre está disposto a nos ajudar dentro de suas possibilidades e sempre que solicitado faz como está em Isaías 6: "Eis-me aqui! Aqui estou!"

Comecei a refletir então - este é um hábito adquirido, querer entender o que Deus quer me dizer através de cada coisa. - sobre o que Deus estaria querendo me falar através das palavras do Vigário Episcopal à luz do Carisma que porto: o Carisma Anunciadores da Misericórdia. E a frase que me veio foi esta: Um jeito de Servir para anunciar Jesus.

Voltando à passagem da Anunciação podemos ver que a consequência lógica de quem recebe o anúncio é o desejo de servir. Foi o que aconteceu com Maria que depois de receber o anuncio do anjo Gabriel soube da gravidez de Isabel e pôs-se a caminho da sua casa para servir. Assumiu sobre si todas as tarefas próprias da casa de Isabel. Da mesma maneira, observando-me, posso constatar que tem sido uma constante do meu ministério sacerdotal este colocar-se a serviço dos outros. Neste sentido, durante anos fui diretor espiritual da Canção Nova, da Comunidade Bethânia e da Comunidade Obra de Maria, fui Secretário do Conselho Provincial, Vigário Paroquial, Redator e Administrador de Revista, Diretor Espiritual do Noviciado, Pregador de Encontros e Retiros.

Hoje tenho observado em mim uma disposição sempre constante em estar dentro de minhas possibilidades à disposição da Igreja para celebrar onde necessário, para atender aos pedidos e às necessidades da Igreja. Confesso que a Comunidade tem acabado por acompanhar a mesma tendência, pois nosso Setor de Comunicação serve não somente às necessidades da Comunidade, mas tem estado à disposição das Paróquias e Comunidades que com frequência nos tem solicitado serviços de cartazes, de folders, etc... O Santuário que temos projetado está na mesma linha de estar a disposição da Igreja local para servi-la como Centro de formação, de confissão, de acolhimento do povo de Deus, etc....

Tudo parece indicar um chamado claro da parte de Deus para nós: servir como forma de anunciar Jesus.

Padre Antônio Aguiar

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Dar oportunidade

Somos seres humanos e não podemos esquecer isso. Não podemos ter receio da nossa humanidade, pois o próprio Cristo quis assumi-la. Então, por sermos humanos encontramos muitos limites em nós mesmos e nos outros, naqueles que de alguma forma caminham conosco, caminham ao nosso lado.
Por isso, com alguma frequência acontecem um roçar de asas de anjos saindo penugem pra tudo quanto é lado. São desencontros, maus entendidos, pequenas ou grandes incompreensões, palavras que não foram ditas etc... que podem de repente gerar para com o outro certas reservas, certas resistências, levando-nos ao risco de dar um gelo, de nos distanciarmos, de querer evitar tais companhias, de querer enfim estar ao lado daquela pessoa com quem a situação possa ter acontecido.
Nestes momentos devemos nos lembrar de Jesus Cristo que também teve seus momentos de desencontros com os discípulos, mas nem por isso deixou de dar a eles a oportunidade para recomeçar. Basta pensar na famosa negação de Pedro e na reação de Jesus após a Ressurreição em ter ido ao seu encontro e acabando-o por confirmar três vezes: "Apascenta as minhas ovelhas".
O mesmo Jesus espera de cada um de nós. Busque superar-se e dar ao outro a oportunidade que ele precisa.
Deus abençoe.
Pe. Antônio Aguiar

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Tripé da Comunidade

Uma Comunidade como a Anunciadores da Misericórdia é sustentada por um tripé: Missão, Espiritualidade e Vida fraterna. No nosso caso a Missão é extremamente importante, pois somos uma Comunidade Missionária, já que a Comunidade nasceu da Missão do Padre Antônio Aguiar de Anunciar a Misericórdia Para a Missão de Anunciar a Misericórdia.
Entretanto, alguém que quisesse entrar em nossa Comunidade e estivesse apenas interessado no trabalho, na Missão da mesma e não estivesse interessado e nem se esforçasse por viver minimamente a sua Espiritualidade que consiste em práticas de piedade específicas da Comunidade como Missa diária, adoração diária por trinta minutos, estudo bíblico diário, confissão mensal, etc... tal pessoa estaria fora do lugar. Mas, mesmo que ela fosse uma excelente trabalhadora, desse um gaz na missão e até mesmo rezasse, mas tivesse dificuldades com algum missionário, com algum irmão de Comunidade e até mesmo não buscasse superar estas dificuldades buscando viver a misericórdia com ele, buscando suportar com paciência suas fraquezas, perdoa-lo, buscar corrigi-lo e dar tempo para que possa corrigir-se, etc... também esta pessoa estaria fora do lugar.
Alguem que deseje entrar em uma Comunidade precisa buscar viver este tripé, só assim terá sentido a sua vocação, o seu doar nesta realidade suscitada por Deus, dentro deste carisma específico.
Pe. Antônio Aguiar

ATENÇÃO...

NÃO HAVERÁ MISSA NO SANTUÁRIO:
DIA 13 DE SETEMBRO
MOTIVO: RETIRO ESPIRITUAL NA CASA DE SÃO GONÇALO
A MISSA SERÁ ÁS 17 HS NA CASA DA MISERICÓRDIA.

DIA 20 DE SETEMBRO
MOTIVO: FESTA DE SÃO GONÇALO
PROCISSÃO ÁS 16 HS SAINDO DA CAPELA NOSSA SENHORA ROSA MÍSTICA - BAIRRO ROSANE
CHEGADA À IGREJA MATRIZ - MISSA

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Anunciar Jesus

Há bastante tempo um pensamento perpassa meu coração: "A maior obra de misericórdia que posso fazer por alguém é anunciar Jesus a esta pessoa". A maior e a mais importante obra de Misericórdia que posso fazer por alguém é apresentar Jesus às pessoas. Esta verdade tem ardido em meu coração, de modo que é impossível não dar ouvidos à mesma.
Tenho também entendido interiormente que a Missão que Deus confiou à Comunidade Anunciadores da Misericórdia é maior que a minha capacidade de compreensão e só aos poucos, bem aos poucos Deus vai me revelando de acordo com a minha capacidade de assimilar a mesma. Por isso, comecei a sentir interiormente que deveria procurar nas diversas traduções da Bíblia uma tradução da ordem dada por Jesus aos apóstolos e à Igreja e em que tivesse a palavra Anunciai. Encontrei na tradução da CNBB em Mc 16,15:E disse-lhes: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa Nova a toda criatura!" Este Anunciai a Boa Nova, pode ser entendido perfeitamente como o Anunciai a Misericórdia. E disse-lhes: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Misericórdia a toda criatura!
Sim, pois o Anuncio da Misericórdia não é outra coisa, senão o Anuncio de Cristo. Então, é nesta perspectiva que aos poucos Deus vai revelando ao meu coração que o anuncio que somos chamados a fazer - segundo a vontade do próprio Deus - é um anuncio de Jesus sob o aspecto da Misericórdia, que pode ser traduzido pela passagem de Jo 12,47: "Eu não vim para julgar o mundo, mas para salvá-lo". Jesus veio para salvar o mundo, para salvar o homem e não para condená-lo. Daí, podemos entender as atitudes de Jesus no evangelho onde ele se nega completamente a condenar as pessoas: Zaquel, a adúltera, a pecadora arrependida (Jo 12), etc...
Continuarei rezando para colher do Coração de Deus todo o novo do nosso Carisma. Peço a você que reze comigo para que eu possa ser fiel intérprete da Graça que o Senhor colocou em minhas mãos.
Pe. Antônio Aguiar

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

A Misericordia está sempre disponível

A Misericordia está sempre disponível. Ela aguarda a hora da nossa conversão. (Bento XVI)
Comento a primeira parte. A Misericórdia está sempre disponível. Sempre. Não é a toa que a Imagem de Jesus Misericordioso tem por característica particular seu coração aberto pela lança donde jorram sangue e água. Um Coração que foi e sempre permanecerá aberto para todos, de onde a Misericórdia jorra e sempre jorrará, mostrando que ela está sempre disponível.
Quando dizemos que a Misericórdia de Deus é infinita, estamos querendo dizer exatamente isso: que ela não se fecha, mas está sempre aberta, sempre disponível como sempre é a sua prontidão em nos perdoar.
Agora, eu é que preciso me perguntar se estou sempre disponível a praticar a misericórdia com o próximo. Sei que a minha natureza é falha, e por isso, limitada. Só em Jesus poderei encontrar esta disponibilidade de praticar a misericórdia sempre. Não é a toa que rezamos: "Doce Coração de Jesus, fazei o meu coração semelhante ao Vosso".
Continuemos rezando e pedindo a Jesus essa graça, de termos um coração semelhante ao dele: sempre disponivel a perdoar, a ter Misericórdia.
Não nos esqueçamos do que está na Palavra: "O juizo será sem misericórdia, para quem não praticar a misericórdia. Mas a Misericórdia triunfa sobre o juízo".
Pe. Antônio Aguiar

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

ENCONTRO COM PADRE DELTON

CONVIDAMOS VOCÊ PARA PARTICIPAR CONOSCO DE UM RETIRO FECHADO COM O PADRE DELTON NOS DIAS 12-13 DE SETEMBRO.
INSCRIÇÃO NA CASA MISSIONÁRIA DE SÃO GONÇALO. PEDIMOS R$ 3,00 PARA AJUDAR NAS DESPESAS.
INFORMAÇÕES: 26048744
No Diário de Santa Faustina n º 742, Jesus Misericordioso disse-lhe: "Eu te ensino três formas de praticar a misericórdia para com o próximo: a primeira é a ação, a segunda a palavra e a terceira a oração". Estive ontem - dia 30 de Agosto - em Aparecida, e rezando diante da imagem de Nossa Senhora e depois na Capela do Santíssimo Sacramento foi-me dado o entendimento de que Maria quando foi à casa de Isabel nos ensina a anunciar a Misericórdia destas três formas.
1°-Pela ação: Maria ama concretamente, através dos seus atos. Que ato maior de amor que aquele de percorrer uma distância equivalente mais ou menos a 13o km, para se colocar a serviço do outro? E ao chegar naquele local, ainda permanecer ainda três meses realizando os trabalhos de casa para ajudar Isabel? Maria de fato é exemplo de alguém que anuncia a Misericórdia através dos atos.
2°-Pela Palavra: Ouvi certo pregador dizer que Isabel, devido ao fato de ter ficado grávida em idade avançada foi tomada de uma vergonha que a levou a se fechar em casa, de modo que acabou desenvolvendo uma certa depressão, uma certa tristeza que acabou levando-a até mesmo a perder as forças para fazer os serviços de casa. Então, quando Maria chega à sua casa trazendo Jesus e a saúda, é como se Isabel naquele momento fosse curada. A Palavra diz que ela ficou cheia do Espírito Santo, e, ao mesmo tempo quando Isabel responde à saudação de Maria ela o faz com estas palavras? "Donde me vem a alegria de vir a mim, a mãe do Meu Senhor?" Isabel recupera a alegria e com isso a saúde física e psicológica.
3°-Pela oração: Maria entoa o maravilhoso cântico que todos conhecemos como Magnificat que é uma maravilhosa oração que brota dos seus lábios. Podemos contemplar nesta oração - da qual Isabel é testemunha, já que foi proclamada diante dela: “A minha alma engrandece o Senhor, e meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, porque ele olhou para a humildade de sua serva. Todas as gerações, de agora em diante, me chamarão feliz, porque o Poderoso fez para mim coisas grandiosas. O seu nome é santo, e sua misericórdia se estende de geração em geração sobre aqueles que o temem. Ele mostrou a força de seu braço: dispersou os que tem planos orgulhosos no coração. Derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes. Encheu de bens os famintos, e mandou embora os ricos de mãos vazias. Acolheu Israel, seu servo, lembrando-se de sua misericórdia, conforme prometera a nossos pais, em favor de Abraão e de sua descendência, para sempre”.
Nela, Maria exalta a Misericórdia de Deus que se manifesta de modo simples e contundente. É como uma oração de cura interior que Isabel vai ouvindo brotando dos lábios de Maria repleta do Espírito Santo. Maria está reconhecendo também a fidelidade de Deus para com os simples e os humildes como ela própria, e como Zacarias e Isabel.
Pedirmos a Jesus que olhando para Maria possamos aprender com ela a praticar a Misericórdia pela ação, pela palavra e pela oração deve ser uma oração a brotar dos nossos lábios.
Pe. Antônio Aguiar

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

“O que você fizer ao menor dos meus irmãos, a mim o fazes”. (Mt 25,40)

Sabemos que nossa natureza está muito afetada pelo pecado de tal modo que São Paulo fala que muitas vezes queremos fazer o bem, mas acabamos fazendo o mal que não queremos. Ele fala assim para descrever esta luta que se trava em nosso interior, contra as tendências da nossa natureza
Assim também facilmente nos deixamos guiar por critérios de simpatia ou antipatia, por afinidades ou por falta de afinidade, me posso deixar guiar pelos sentimentos que podem nos levar a querer estarmos somente perto de quem gostamos e a evitarmos quem não temos tanta empatia. O que fazer nestes momentos? Isso pode me impedir de viver a Misericórdia que Jesus espera que cada um de nós viva. Pois a sua palavra é muito clara: “O que fizerdes ao menor dos meus irmãos, é a mim que você faz.”
Posso simplesmente não querer me relacionar com alguém simplesmente pelo fato de não gostar dela? Posso querer evitar falar com outro simplesmente pelo fato de não simpatizar com ela? Posso ignorar uma outra pessoa simplesmente por ela não ser aquilo que eu gostaria que ela fosse? Por pensar diferente de mim, por agir diferente de mim? O que fazer nestas situações? Jesus diz que eu preciso agir contra as tendências da minha natureza. Eu preciso ir ao encontro destas pessoas. Há segundo a teologia espiritual uma forma de se combater o pecado: praticando uma virtude contraria ao mesmo.
Minha natureza não quer falar com aquela pessoa? Forço a minha natureza a falar com ela. Desejo ignorar aquela outra? Então é exatamente aí que eu devo procurá-la, procurar estar com ela dando possibilidade a ela de conviver comigo. Não gosto daquela outra e desejaria não estar com ela? Vou fazer exatamente o oposto do que pede a minha natureza. E fazendo isso, estarei vivendo a misericórdia.
Pe. Antônio Aguiar

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Prioridade: como fazer?

Nestes últimos dias estive conversando com um amigo sacerdote e ele me disse algo que me provocou por dentro: A prioridade deve ser a Missão. Senti como se uma onda elétrica estivesse passando por mim naquele momento e como se estivesse despertando de um longo sono. Refletindo depois um pouco mais - sempre olhando para o exemplo de Maria na anunciação - consegui perceber que Maria tinha planos - de desposar José, de constituir uma família com ele, etc... - e de repente Deus irrompe na sua história trazendo uma novidade que mudaria todo o curso de sua vida.
Naquele momento, Maria poderia lembrar quais eram as suas prioridades, poderia conversar com Deus sobre as mesmas, perguntar a ele se as mesmas seriam lícitas ou não. Mas Maria não o fez. Diante do convite feito por Deus, Maria entendeu qual era a urgência do momento: Ela dará à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo de seus pecados. (Mt 1,21). Era mais urgente que o povo fosse salvo de seus pecados do que seus planos e projetos. Daí Maria ter dito: Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra. (Lc 1,38)
Logo a seguir, Maria fica sabendo da gravidez de Isabel: Também Isabel, tua parenta, até ela concebeu um filho na sua velhice; e já está no sexto mês aquela que é tida por estéril... (Lc 1,36) E Maria se esquece de si, resolve ir à casa de Isabel levar-lhe Jesus, em outras palavras Maria resolve dar prioridade à Missão: Naqueles dias, Maria se levantou e foi às pressas às montanhas, a uma cidade de Judá. (Lc 1,39) E quem explicaria a José o que estava se passando com ela? E quem cuidaria de tudo? Deus. Maria era uma mulher de fé. Veja o que dela fala Isabel? Bem-aventurada és tu que creste, pois se hão de cumprir as coisas que da parte do Senhor te foram ditas! (Lc 1,45) E assim foi. Deus cuidou de tudo.
José, seu esposo, que era homem de bem, não querendo difamá-la, resolveu rejeitá-la secretamente. Enquanto assim pensava, eis que um anjo do Senhor lhe apareceu em sonhos e lhe disse: José, filho de Davi, não temas receber Maria por esposa, pois o que nela foi concebido vem do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo de seus pecados. Tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que o Senhor falou pelo profeta: Eis que a Virgem conceberá e dará à luz um filho, que se chamará Emanuel (Is 7, 14), que significa: Deus conosco. Despertando, José fez como o anjo do Senhor lhe havia mandado e recebeu em sua casa sua esposa. E, sem que ele a tivesse conhecido, ela deu à luz o seu filho, que recebeu o nome de Jesus.
Se soubermos aprender de Maria a priorizar a Missão, veremos que Deus cuidará de tudo o mais para nós como cuidou para ela. Às vezes temos dificuldades em priorizar a Missão pensando que Deus não vai cuidar das nossas necessidades. Poderia acaso ser Deus infiel, Ele que disse: Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça e todas estas coisas vos serão dadas em acréscimo. (Mt 6,33)
Tem razão Santa Faustina quando diz: "Deus é fiel, sempre cumpre o que promete". A prioridade para os Missionários Anunciadores da Misericórdia é a Missão. Devem viver para ela e Deus fará com que possam viver dela. Busquemos como Maria nos lançar na Missão e Deus cuidará do mais.
Pe. Antônio Aguiar

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Gostaria de te convidar para visitar o blog http://capelinhadamisericordia.blogspot.com/.
Deus abençoe.
pe. Antonio

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Devagar se vai longe

"Devagar se vai longe". Quem ainda não ouviu este ditado? Pois é, vivendo em um momento em que o homem moderno corre sem parar, um momento de frenesi louco onde parece não haver espaço senão para as numerosas ocupações em que nos vemos envolvidos. Até há o perigo de acontecer conosco por causa da correria o risco de fazer o que fizeram o sacerdote e o levita quando passaram ao lado daquele homem caído à beira do caminho.
A pressa é inimiga da perfeição - diz outro ditado. Então, o Senhor nos diz que devemos aprender a viver melhor os momentos presentes: "Desejo que haja em vós mais fé nos momentos presentes" (Diário de Santa Faustina, 352). Viver o momento presente com intensidade é a solução para que eu não me deixe dominar pela pressa, pelo desejo de querer fazer tudo de uma vez, não realizando assim com perfeição coisa alguma.
Pare e pense se a sua pressa lhe tem ajudado a construir relacionamentos profundos, se tem lhe ajudado a perceber que aqueles que passam ao seu lado tem rostos concretos com pessoas concretas. É preciso que isso aconteça para que você possa agir como o bom samaritano que pode perceber o homem caido à beira do caminho e porque não estava com tanta pressa assim pode descer da sua montaria de prestar-lhe a ajuda devida. Quantos dentro de nossas próprias casas passam diante de nós e sequer sabemos o que se passa dentro do seu interior.
Pe. Antônio Aguiar

Tempo de Maturidade

Completei nestes dias 39 anos de idade. Procurei me preparar para este momento por meio da oração e da reflexão, buscando colher de Deus a melhor forma de vivenciar este momento de graça, já que cada ano que faço me encontro mais perto do meu encontro definitivo com Deus.
As palavras que o Senhor me trazia ao coração eram: maturidade e responsabilidade. Maturidade: sinto que Deus está me dando aos poucos maturidade para administrar as situações, maturidade para ver as realidades sem me precipitar em tomar decisões, maturidade para aproximar-me daqueles e daquelas que Deus me deu como companheiros de missão. Maturidade. Nunca posso me esquecer que quanto mais velho fico, mais responsável devo me tornar.
Tenho me dado conta que não dá pra voltar atrás de modo que sou estimulado a caminhar sempre para frente, sempre na direção da realização da Missão que Deus me confiou. Até mesmo maturidade para viver um momento de repouso forçado, onde quase sem voz preciso aceitar a limitação da natureza que me obriga a ficar calado, a silenciar exteriormente mas a abrir ainda mais o coração a Deus. É um tempo de graça, um tempo de descobrir-me amado não apenas por Deus, mas pelos filhos que ele me deu e que caminham comigo na Missão, bem como uma comunidade mais alargada que são dos filhos e filhas que frequentam nossas casas e que nos auxiliam quer materialmente, quer espiritualmente. Bendito seja Deus. Tudo neste tempo tem sido de surpresas de Deus. Aceitá-las agradecido e comovido é dever para com o Criador de tudo. Diante desta realidade só me resta agradecer, dizer um muito OBRIGADO a todos que se fizeram presentes nestes dias: Missionários e Missionárias, engajados e engajadas, benfeitores e amigos.
Pe. Antônio Aguiar

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Mente vazia é oficina do diabo

Fiquei impressionado com os textos bíblicos deste dia - 19 de Agosto. No Evangelho o Senhor fala do patrão que saindo ás 9, ás 12, ás 15 e às 17 viu homens sem trabalho e mandou-os trabalhar na sua vinha e no final pagou o mesmo salário a todos. (Cf. Mt 20,1-16a) Entendi que Deus não quer ninguém desocupado, mas quer que todos estejam de alguma forma sempre ocupados. Então, me lembrei do Diário 1127 onde Santa Faustina escreve: Em determinado momento, vi satanás, que se apressava e procurava alguém entre as irmãs, mas não encontrava. Senti na alma a inspiração de lhe ordenar, em nome de Deus, que me confessasse o que estava procurando entre as Irmãs. E confessou, embora de má vontade: "Estou procurando almas ociosas". Então, novamente ordenei, em nome de Deus, que me disse a que almas tem mais fácil acesso no convento e, outra vez confessou-me de má vontade: "As almas preguiçosas e ociosas".
Já a primeira leitura tirada de Jz 9, 6-15 mostra que nenhuma das árvores: a oliveira, a figueira e a videira quiseram renunciar à sua ocupação para reinar sobre as outras plantas, pois assim poderiam permanecer desocupadas. Esta é uma verdade fundamental: Gente desocupada é oficina do diabo. Então lembrei-me da preocupação de minha mãe em manter os filhos sempre ocupados - ora vendendo biscoito, pão de queijo, pastel, salgado na rua; ora trabalhando na roça, ora colocando-nos para debulhar milho ou catar feijão de modo a termos quase ou nenhum tempo para ficarmos na casa dos outros. Sabedoria de uma mulher simples, mas que entendeu o evangelho. Então, não devemos reclamar quando estivermos cansados e sempre ocupados, pelo menos desta forma o diabo não vai encontrar forma de se utilizar de nós pra realizar o mal.
Como conclui Santa Faustina: Alegrem-se as almas atarefadas e cansadas.
Pe. Antônio Aguiar

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Levar Jesus às pessoas

Contemplando a visitação de Maria a Isabel pude compreender algo muito importante para nós, Anunciadores da Misericórdia. Maria havia recebido o maior de todos os tesouros: o Filho de Deus havia se encarnado em seu seio. Ela poderia muito bem ter guardado consigo aquele tesouro somente para si, mas não. Ela não agiu desta maneira.
Maria entendeu que tendo recebido um grande tesouro, uma grande alegria, não poderia guardá-la somente para si, ela que havia sido beneficiada pela Misericórdia de Deus precisava partilhar com outros a Misericórdia recebida. E o fez visitando Isabel, levando à mesma Jesus Misericórdia Encarnada em seu seio. Esta foi a maneira concreta de Maria anunciar a Misericórdia. Hoje, a Igreja, através do documento de Aparecida nos diz que não podemos ficar mais esperando que as pessoas venham à Igreja, mas é a Igreja quem deve ir ao encontro das pessoas, de modo a levar Jesus de pessoa a pessoa, de casa em casa, de comunidade em comunidade.
A Igreja está convocando todos os batizados a entrar naquilo que ela chama de Missão Continental, a estar em estado permanente de Missão. Maria nos ensina o que significa isso: significa estar disposto a levar Jesus, a anunciar a Misericórdia que é o próprio Jesus a todas as pessoas utilizando-se de todas as maneiras para isso.
Então, cada um precisa arregaçar as mangas e realizar o desejo de Jesus: "Fala a todos da Minha Misericórdia. Que todos os homens conheçam a Minha Bondade, pois o meu amor e a Minha Misericórdia não conhecem limites". (Citação livre do Diário de Santa Faustina)
Pe. Antônio Aguiar

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Libertar-se do medo

Estes dias uma pessoa pulou o muro da casa em que moro atrás de uma pipa - chamada no Rio de Janeiro de cafifa. Como moramos próximos a um morro fiquei muito assustado e subi ao encontro da pessoa que havia acabado por saltar o muro de volta para a rua. Naquele momento com a sensibilidade à flor da pele acabei olhando para as rachaduras que havia na escada e no local onde estava e vi - esta foi minha reação naquele momento - que haviam crescido de tamanha forma que eu pensava caber um mão dentro das mesmas. Fiquei muito preocupado e até entrei em contato com a defesa civil.
Enfim, passado uns dias e quando já estava não mais afetado emocionalmente pelo acontecimento acabei recebendo a visita de um amigo que levei pra ver comigo a área onde pensava estar pior e qual não foi a minha surpresa quando percebi - ele já havia trabalhado em obras na nossa casa e portanto conhece bem o terreno - que nada era igual àquilo que eu pensava ter visto. Imediatamente me pus a rezar para tentar com o auxílio de Deus entender o que havia acontecido, e pude concluir que os apóstolos também embora tenham sido pessoas que viveram com Jesus passaram por situações semelhantes, como por exemplo, aquela narrada em Mt 14,26 que conta estarem os discípulos no barco e lá por volta das três da manhã, Jesus veio andando sobre as águas. A Palavra diz que: "Quando os discípulos o avistaram, andando sobre o mar, ficaram apavorados e disseram: 'É um fantasma!' E gritaram de medo". O medo fez com que eles vissem um fantasma, mas era Jesus.
Quando estamos sob o domínio do medo, vemos o que não existe. Por isso, as palavras de Jesus ressoam forte aos nossos ouvidos e devem encontrar acolhida em nosso coração: "Sou eu! Nâo tenhais medo!" Pelo medo o demônio quer nos dominar, mas Jesus já nos conquistou a libertação do medo pela sua morte e ressurreição. Como me esquecer da palavra do Diário 735 que o Senhor me deu em um momento de profunda angústia e medo? "Não tenhas medo! Eu estou contigo. Estes assuntos estão em minhas mãos e eu os resolverei de acordo com a minha misericórdia. E ninguém pode se opor à minha vontade!" Por isso, entendo o ditado que diz não querermos resolver nada com a cabeça quente, quando dominados pela emoção, pelo medo. Por que nestes momentos você não tem a visão perfeita, total, você precisa de tempo, deixar a poeira abaixar para aprender com a Misericórdia a ver melhor.
Busquemos dar tempo e Deus nos concederá a graça de vermos tudo de forma diferente.
PADRE ANTÔNIO AGUIAR

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Anunciar Jesus Morto e Ressuscitado


O Carisma da Comunidade Anunciadores da Misericórdia está descrito na Encíclica Dives in Misericordia 15 da seguinte maneira: "A Igreja anuncia a verdade da Misericórdia revelada em Cristo Morto e Ressuscitado e a anuncia de várias maneiras". Este Carisma nos coloca na mesma linha do Documento de Aparecida 278 onde diz: "O discípulo, à medida que conhece e ama o seu Senhor, experimenta a necessidade de compartilhar com outros a sua alegria de ser enviado, de ir ao mundo para anunciar Jesus Cristo, morto e ressuscitado..."

Anunciar Jesus Cristo morto e ressuscitado requer daquele que o anuncia a disposição para fazer a mesma experiência de morte e ressurreição. Mas como é que o Anunciador pode fazer esta experiência? Na 1Jo 3,14: Nós passamos da morte para a vida, quando amamos o irmão. Então, a palavra de Deus está me dizendo que para que eu vivo a experiência da morte quando no encontro com o irmão eu "renuncio a mim mesmo", eu sou capaz de superar a tendência da minha natureza que pede uma coisa - por exemplo que eu dê um gelo naquela pessoa, que eu deixe de falar com ela, que eu a ignore, que eu a trate mal, que eu fale mal dela, etc... - e ao invés de me deixar dominar por isso, me esforço para falar com ela, por dirigir-me a ela, por tratá-la bem, por falar bem dela - mesmo sabendo que ela mal de mim - etc... morrendo para mim mesmo, para os desejos e as tendências do meu humano.

Ao fazer isso estarei vivendo a Misericórdia, pois estarei me esforçando por perdoar quem me ofendeu, por suportar com paciência as fraquezas da pessoa... Isso me levará a fazer uma experiência de Ressurreição, isto é, uma experiência de superação dos próprios limites permitindo com que em mim se manifeste a presença de Cristo Ressuscitado, aquilo que Paulo diz: "Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim". Sim, estarei permitindo que Cristo viva em mim quando com o auxílio da Sua Graça me esforço e consigo superar os limites da própria natureza, e a Misericórdia triunfa sobre a justiça. É uma realidade exigente, mas posso testemunhar que somente no esforço de superação da própria natureza - que Jesus define como renúncia a si mesmo - já estarei anunciando a Misericórdia e aí estarei anunciando o que João Paulo II na Dives in Misericordia escreveu: "O Amor é mais forte que o pecado e que a morte". Concluindo: Quem deseja ser Anunciador da Misericórdia precisa estar disposto a viver esta experiência diária de morte e ressurreição. Que Deus em Sua Misericórdia nos conceda tamanha graça.

Pe. Antônio Aguiar

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Aprendendo a viver a Misericórdia


Como se faz para aprender a viver a Misericórdia? A resposta é simples: vivendo. Ouvi estes dias de um pregador: "Para amar, você precisa se exercitar no amor." Para viver a Misericórdia, você precisa a mesma coisa, afinal Santa Faustina diz em uma passagem do Diário: "O amor é a flor e a Misericórdia o fruto". Entendo que quando exercito o amor estou vivendo a Misericórdia. Só posso entender o que significa viver a Misericórdia olhando para o exemplo de Jesus, para a maneira dele agir quer com os discípulos, quer com os outros.

Sabemos que Jesus chamou para segui-lo algumas pessoas humanamente falando nem um pouco perfeitas, mas com defeitos como todo ser humano. João e Tiago eram conhecidos como filhos de Boanerges, isto é, filhos do trovão para designar o tipo de temperamento que possuíam. Podemos perceber como eram explosivos pelo episódio em que Jesus a caminho de Jerusalém passa por uma aldeia de samaritanos onde espera pernoitar. Mas não o acolhem. João e Tiago ficam injuriados e perguntam a Jesus se ele quer que os dois peçam ao céu que faça descer fogo sobre aquela vila e aquelas pessoas de modo a queimar tudo. Jesus pacientemente diz a eles: "Não é assim que se deve agir. Vamos a outro lugar". Quanta paciência Jesus deve ter tido de usar com eles!!!

Outro discipulo, desta vez Pedro mostra que era um homem impetuoso, que acreditava na força das armas, pois quando Jesus é preso tira a espada da cintura e corta a orelha de Malco, e ainda nega Jesus por três vezes. O caso mais grave é o de Judas Iscariotes que durante os três anos que permaneceu com Jesus mesmo tendo oportunidade de ver tudo o que Jesus fazia continuava a ser ladrão. Basta ler João 12 para ver essa afirmação: Dizia isso não porque ele se interessasse pelos pobres, mas porque era ladrão e, tendo a bolsa, furtava o que nela lançavam. Imagina e no final de tudo ele entrega Jesus por trinta moedas de prata.

Agora dá para entender o motivo pelo qual Jesus passava toda a noite em oração, afinal para suportar os limites dos apóstolos todos juntos, só rezando muito.

Também eu e você somos desafiados a viver a mesma experiência. Confesso que não é fácil viver o processo do irmão respeitando o tempo do mesmo. Às vezes, minha vontade é dizer umas verdades, uma poucas e boas para ver se a pessoa se liga, para ver se ela acorda pra vida. Mas, nestes momentos percebo que se disser algo posso atrapalhar seu processo. Então, busco refúgio na oração e procuro mergulhar a pessoa na Misericórdia vivendo ainda com a mesma uma paciência que sinceramente falando só pode vir de Deus e não de mim mesmo. É a 2Pd 3,9 que diz: Deus usa de paciência conosco, pois quer que todos se convertam e ninguém se perca. Usar de paciência com o outro é uma forma de exercicio ao qual diariamente sou exposto, pois sou chamado a suportar com paciência suas fraquezas. Quando Deus cria oportunidade eu aproveito para falar alguma coisa, acredito que Deus move todas as coisas. Então, fica aqui o desafio. Vamos juntos aprender a viver a Misericórdia.

Pe. Antônio Aguiar

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Água mole em pedra dura


Diz o ditado: "Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura". Como entender o significado deste ditado. Ofereço uma interpretação que me vem ao coração. Pensando em Santo Agostinho, no coração inquieto que ele tinha, de forma a buscar constantemente a verdade, perfazendo para isso um grande percurso distante de Deus, penso em sua mãe: Santa Mônica - que enquanto Agostinho se encontrava perdido, sem saber para onde ir - dirigia ao Senhor preces e lágrimas suplicando ao céu a conversão do filho, que ele tivesse o seu encontro pessoal com Jesus como nos diz o Documento de Aparecida.

E foram anos instindo oportuna e inoportunamente diante do céu pela conversão do filho. Como cai esta passagem do Diário 1448: Ainda que a alma esteja em decomposição como um cadáver e ainda que humanamente já não haja possibilidade de restauração, e tudo já esteja perdido, Deus não vê as coisas desta maneira. O milagre da misericórdia de Deus fará ressurgir esta alma para uma vida plena. Para os homens o caso de Agostinho era um caso perdido, que humanamente falando não havia a menor possibilidade de conversão, mas Santa Mônica acreditava que água mole - lágrimas e oração - em pedra dura - insistindo diante de Deus durante anos - tanto bate - a oração e as lágrimas alcança o coração de Deus - até que fura - que obtêm a conversão, a mudança, a restauração. Ela via as coisas como Deus mesmo vê. Jamais deixou de acreditar na conversão do filho, por isso, dizem alguns que ela rezou e derramou lágrimas por cerca de trinta anos.

"É pela perseverança que sereis recompensados". Deus recompensou sua perseverança na oração - é isso que este ditado quer nos dizer. É possível que façamos a mesma experiência que Santa Mônica, que obtenhamos o que humanamente não nos é possivel, pela Misericórdia. Afinal, "Água mole..."

Padre Antônio Aguiar

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Crise de humanidade

Em nossos dias vivemos uma grande crise de humanidade, onde podemos ver que as pessoas estão muitas vezes mais interessadas em adotar ou salvar um animal do que uma criança ou do que conviver com uma pessoa. Pude ver até mesmo uma reportagem onde um casal resolveu adotar uma cadela para não ter filhos. Tratavam a mesma como membro da família.

Morando na Europa pude presenciar muito isso. Cheguei a ter um vizinho no prédio onde morava que quando queria dizer alguma coisa à esposa e vice-versa falava com o cachorro pois não conseguiam falar mais entre si. De outro lado, encontramos cada vez mais as pessoas interessadas em por fim à vida do nascituro ainda no ventre da mãe, a crescente agressão contra as crianças e um desprezo cada vez maior pela vida humana. Parece que o homem está cada vez mais tendo medo do próprio homem.

Nestes momentos é que a humanidade precisa ainda mais da Misericórdia de Deus. O homem precisa entender que quando Deus o criou, criou-o para que ele pudesse conviver com alguém a ele semelhante criando inclusive uma pessoa do outro sexo que lhe fosse complementar de modo a estimular a convivência humana. Esta convivência com o outro se faz necessária pois é por meio dela que vamos sendo formados, é por meio dela que Deus vai trabalhando em nós, vai podando em nós aquilo que possa estar demasiado em nossa natureza. Na Dives in Misericordia o Papa João Paulo II diz que Cristo revela o homem plenamente a si mesmo. Por isso, pela ausência de Deus na vida do mundo, na vida das pessoas estamos experimentando uma crise de humanidade.

Posso dizer que somente por ter Jesus no centro da minha vida e por estar experimentando diariamente a sua Misericórdia em minha vida é que tenho me tornado uma pessoa humana melhor. Observando a maneira de Jesus tratar as pessoas no seu tempo, a forma de se colocar diante delas e diante dos problemas e das situações tenho encontrado forças para superar os limites da minha pobre natureza humana, que não são poucos. Inclusive vivendo este processo tenho experimentado curas profundas em todas as áreas da minha vida e tenho percebido a Misericórdia de Deus me comunicar uma força interior extraordinária que jamais havia experimentado em minha vida levando incluive a encarar e a me esforçar por administrar os problemas quando antes simplesmente preferia protelar os mesmos.

Sinto que a convivência com o outro, sobretudo quando este outro é diametralmente oposto aquilo que sou é um desafio constante, e uma luta. Mas sinto também interiormente que não posso fugir desta realidade: fugir do outro seria fugir de mim mesmo. Além do mais quando Jesus Misericordioso fala com Santa Faustina que eu devo procurar praticar a Misericórdia para com o próximo (Diário 742) ele o está falando em relação às pessoas e não em relação a animais de estimação que jamais me contrariam, que jamais são um desafio para mim. Daí precisarmos pedir a Deus a graça de encararmos o desafio da convivência humana e pedir a ele a graça de sermos e vivermos a Misericórdia com aqueles que ele coloca em meu caminho.

Deus o abençoe.

Pe. Antônio Aguiar

terça-feira, 7 de julho de 2009

Saudades de mim mesmo


Um dia peguei um amigo olhando para o tempo e o espaço. Perguntei-lhe: "O que você tem?" Respondeu-me: "Estou sentindo saudades de mim mesmo!" Sentir saudade de si mesmo. Será que você nunca, em algum momento de sua vida sentiu uma pontinha de saudade de algo que você não conseguia explicar? Já lhe aconteceu de ser pego distraído assim?
Comigo já aconteceu. O coração parece que fica saudoso, apertadinho, mas você não consegue explicar o que está sentindo. O que você está sentindo é saudade de si mesmo. É verdade. Quando Deus criou o homem imprimiu nele sua imagem e semelhança. Infelizmente o pecado acabou colocando sobre esta imagem do homem muita coisa, muita poeira acumulou-se ao longo da vida: preconceitos, mágoas, ressentimentos, tristezas, feridas, etc... que acabaram levando você a ter determinadas reações, sentimentos. Enfim, parece que a imagem de Deus em você está desfigurada. É então que Deus suscita momentos de saudades de nós mesmos, momentos em que sem perceber parece que somos desconectados por instantes da realidade para ficarmos pensando..., melhor dizendo: sentindo saudades daquilo que um dia fomos, sentindo saudades da presença de Deus em nós.
Santo Agostinho tinha razão quando dizia: "Senhor, tu nos criastes para vós e o nosso coração só encontrará repouso, quando descansar em vós". O amor presente em nós é maior que o pecado, como dizia João Paulo II na Dives in Misericórdia: "O amor é maior que o pecado e a morte". A presença de Deus em nós é mais forte do que o a presença do mal. Deixemos o amor prevalecer e aí então a saudade de nós será saciada por instantes. Porque saciá-la plenamente só na eternidade.
Pe. Antônio Aguiar

Jesus se encarregará


Outro dia ouvi uma pessoa soltar um ditado: "Quem nasceu para ser pardal, nunca vai cantar como o canário". Pensei: é verdade. O pardal jamais poderá ser canário, assim como o canário, jamais poderá ser pardal. Ver o limite do outro é algo comum a todos nós. Ás vezes você comenta com ele acerca do limite dele, daquilo que você vê - inclusive realizando assim uma obra de misericórdia: corrigir o errado. Mas, por mais que você se esforce por ajudar o outro a ver, para se corrigir, ele encontra dificuldades para perceber isso e se corrigir.
Então o que fazer? Insistir pode provocar rupturas no relacionamento. Desistir pode parecer omissão. Para onde se virar? Santa Faustina assim escreveu no Diário: "Quando vejo que o peso ultrapassa as minhas forças, não analiso nem me aprofundo, mas digo uma palavra apenas: "A vós tudo é possível!" E depois fico calada, pois sei que o próprio Jesus se encarregará desse assunto, e ao invés de incomodar-me utilizo este tempo para amá-lo". (Citação livre do Diário)
O pardal vai continuar sendo pardal, e o canário continuará sendo canário. Mas Deus pode fazer com que o pardal colabore com o canário e o canário cante para alegrar a vida do pardal.
Não dá para esquecer as palavras que o anjo Gabriel ao falar da gravidez de Isabel para Maria disse: "Isso aconteceu para que todos saibam que para Deus nada é impossível".
Rezar, dirigir-se a Deus para pedir-lhe que de alguma forma abra os olhos e o coração daquela pessoa para que ela enxergue a verdade acerca de si mesmo e busque corrigir-se é o que podemos fazer, pois convencê-la é algo que ultrapassa nossas forças, mas não as de Jesus. Confie nele, procure falar mais com ele e quem sabe um milagre não vai acontecer?
Padre Antônio Aguiar