terça-feira, 12 de julho de 2011

Li, gostei e partilho

Partindo do relato de João 20,19-29. Quando Jesus aparece aos seus discípulos, mesmo que as portas estivessem fechadas, a primeira coisa que Ele faz é mostrar-lhes as suas feridas. Estamos aqui diante de um profundo paradoxo. Jesus, em seu corpo ressuscitado e glorificado – um corpo que pode passar por portas fechadas – ainda traz as feridas de sua tortura e morte. Quando os discípulos não o reconhecem, são as feridas que ele lhes oferece como prova de que é Ele.
Penso que isto tem dois significados para nós. Em primeiro lugar, como já foi dito, mesmo as feridas que já foram curadas permanecem para sempre parte de quem nós somos. Mesmo no corpo transformado do Senhor ressuscitado, continuam presentes. Talvez Jesus as usou para ensinar-nos esta verdade. A memória, e nossa relação com o passado, ajudam a constituirmos a quem somos e a quem poderíamos vir a ser.
Ensinam-nos uma segunda coisa. Quando Jesus as usa para mostrar-se a seus discípulos, nos damos conta de que são importantes para compreender como Jesus pensa sobre si mesmo.Elas se tornaram parte de sua assinatura, por assim dizer. Os discípulos são então enviados a oferecer o perdão de Deus.