sexta-feira, 28 de agosto de 2009

“O que você fizer ao menor dos meus irmãos, a mim o fazes”. (Mt 25,40)

Sabemos que nossa natureza está muito afetada pelo pecado de tal modo que São Paulo fala que muitas vezes queremos fazer o bem, mas acabamos fazendo o mal que não queremos. Ele fala assim para descrever esta luta que se trava em nosso interior, contra as tendências da nossa natureza
Assim também facilmente nos deixamos guiar por critérios de simpatia ou antipatia, por afinidades ou por falta de afinidade, me posso deixar guiar pelos sentimentos que podem nos levar a querer estarmos somente perto de quem gostamos e a evitarmos quem não temos tanta empatia. O que fazer nestes momentos? Isso pode me impedir de viver a Misericórdia que Jesus espera que cada um de nós viva. Pois a sua palavra é muito clara: “O que fizerdes ao menor dos meus irmãos, é a mim que você faz.”
Posso simplesmente não querer me relacionar com alguém simplesmente pelo fato de não gostar dela? Posso querer evitar falar com outro simplesmente pelo fato de não simpatizar com ela? Posso ignorar uma outra pessoa simplesmente por ela não ser aquilo que eu gostaria que ela fosse? Por pensar diferente de mim, por agir diferente de mim? O que fazer nestas situações? Jesus diz que eu preciso agir contra as tendências da minha natureza. Eu preciso ir ao encontro destas pessoas. Há segundo a teologia espiritual uma forma de se combater o pecado: praticando uma virtude contraria ao mesmo.
Minha natureza não quer falar com aquela pessoa? Forço a minha natureza a falar com ela. Desejo ignorar aquela outra? Então é exatamente aí que eu devo procurá-la, procurar estar com ela dando possibilidade a ela de conviver comigo. Não gosto daquela outra e desejaria não estar com ela? Vou fazer exatamente o oposto do que pede a minha natureza. E fazendo isso, estarei vivendo a misericórdia.
Pe. Antônio Aguiar

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Prioridade: como fazer?

Nestes últimos dias estive conversando com um amigo sacerdote e ele me disse algo que me provocou por dentro: A prioridade deve ser a Missão. Senti como se uma onda elétrica estivesse passando por mim naquele momento e como se estivesse despertando de um longo sono. Refletindo depois um pouco mais - sempre olhando para o exemplo de Maria na anunciação - consegui perceber que Maria tinha planos - de desposar José, de constituir uma família com ele, etc... - e de repente Deus irrompe na sua história trazendo uma novidade que mudaria todo o curso de sua vida.
Naquele momento, Maria poderia lembrar quais eram as suas prioridades, poderia conversar com Deus sobre as mesmas, perguntar a ele se as mesmas seriam lícitas ou não. Mas Maria não o fez. Diante do convite feito por Deus, Maria entendeu qual era a urgência do momento: Ela dará à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo de seus pecados. (Mt 1,21). Era mais urgente que o povo fosse salvo de seus pecados do que seus planos e projetos. Daí Maria ter dito: Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra. (Lc 1,38)
Logo a seguir, Maria fica sabendo da gravidez de Isabel: Também Isabel, tua parenta, até ela concebeu um filho na sua velhice; e já está no sexto mês aquela que é tida por estéril... (Lc 1,36) E Maria se esquece de si, resolve ir à casa de Isabel levar-lhe Jesus, em outras palavras Maria resolve dar prioridade à Missão: Naqueles dias, Maria se levantou e foi às pressas às montanhas, a uma cidade de Judá. (Lc 1,39) E quem explicaria a José o que estava se passando com ela? E quem cuidaria de tudo? Deus. Maria era uma mulher de fé. Veja o que dela fala Isabel? Bem-aventurada és tu que creste, pois se hão de cumprir as coisas que da parte do Senhor te foram ditas! (Lc 1,45) E assim foi. Deus cuidou de tudo.
José, seu esposo, que era homem de bem, não querendo difamá-la, resolveu rejeitá-la secretamente. Enquanto assim pensava, eis que um anjo do Senhor lhe apareceu em sonhos e lhe disse: José, filho de Davi, não temas receber Maria por esposa, pois o que nela foi concebido vem do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo de seus pecados. Tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que o Senhor falou pelo profeta: Eis que a Virgem conceberá e dará à luz um filho, que se chamará Emanuel (Is 7, 14), que significa: Deus conosco. Despertando, José fez como o anjo do Senhor lhe havia mandado e recebeu em sua casa sua esposa. E, sem que ele a tivesse conhecido, ela deu à luz o seu filho, que recebeu o nome de Jesus.
Se soubermos aprender de Maria a priorizar a Missão, veremos que Deus cuidará de tudo o mais para nós como cuidou para ela. Às vezes temos dificuldades em priorizar a Missão pensando que Deus não vai cuidar das nossas necessidades. Poderia acaso ser Deus infiel, Ele que disse: Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça e todas estas coisas vos serão dadas em acréscimo. (Mt 6,33)
Tem razão Santa Faustina quando diz: "Deus é fiel, sempre cumpre o que promete". A prioridade para os Missionários Anunciadores da Misericórdia é a Missão. Devem viver para ela e Deus fará com que possam viver dela. Busquemos como Maria nos lançar na Missão e Deus cuidará do mais.
Pe. Antônio Aguiar

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Deus abençoe.
pe. Antonio

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Devagar se vai longe

"Devagar se vai longe". Quem ainda não ouviu este ditado? Pois é, vivendo em um momento em que o homem moderno corre sem parar, um momento de frenesi louco onde parece não haver espaço senão para as numerosas ocupações em que nos vemos envolvidos. Até há o perigo de acontecer conosco por causa da correria o risco de fazer o que fizeram o sacerdote e o levita quando passaram ao lado daquele homem caído à beira do caminho.
A pressa é inimiga da perfeição - diz outro ditado. Então, o Senhor nos diz que devemos aprender a viver melhor os momentos presentes: "Desejo que haja em vós mais fé nos momentos presentes" (Diário de Santa Faustina, 352). Viver o momento presente com intensidade é a solução para que eu não me deixe dominar pela pressa, pelo desejo de querer fazer tudo de uma vez, não realizando assim com perfeição coisa alguma.
Pare e pense se a sua pressa lhe tem ajudado a construir relacionamentos profundos, se tem lhe ajudado a perceber que aqueles que passam ao seu lado tem rostos concretos com pessoas concretas. É preciso que isso aconteça para que você possa agir como o bom samaritano que pode perceber o homem caido à beira do caminho e porque não estava com tanta pressa assim pode descer da sua montaria de prestar-lhe a ajuda devida. Quantos dentro de nossas próprias casas passam diante de nós e sequer sabemos o que se passa dentro do seu interior.
Pe. Antônio Aguiar

Tempo de Maturidade

Completei nestes dias 39 anos de idade. Procurei me preparar para este momento por meio da oração e da reflexão, buscando colher de Deus a melhor forma de vivenciar este momento de graça, já que cada ano que faço me encontro mais perto do meu encontro definitivo com Deus.
As palavras que o Senhor me trazia ao coração eram: maturidade e responsabilidade. Maturidade: sinto que Deus está me dando aos poucos maturidade para administrar as situações, maturidade para ver as realidades sem me precipitar em tomar decisões, maturidade para aproximar-me daqueles e daquelas que Deus me deu como companheiros de missão. Maturidade. Nunca posso me esquecer que quanto mais velho fico, mais responsável devo me tornar.
Tenho me dado conta que não dá pra voltar atrás de modo que sou estimulado a caminhar sempre para frente, sempre na direção da realização da Missão que Deus me confiou. Até mesmo maturidade para viver um momento de repouso forçado, onde quase sem voz preciso aceitar a limitação da natureza que me obriga a ficar calado, a silenciar exteriormente mas a abrir ainda mais o coração a Deus. É um tempo de graça, um tempo de descobrir-me amado não apenas por Deus, mas pelos filhos que ele me deu e que caminham comigo na Missão, bem como uma comunidade mais alargada que são dos filhos e filhas que frequentam nossas casas e que nos auxiliam quer materialmente, quer espiritualmente. Bendito seja Deus. Tudo neste tempo tem sido de surpresas de Deus. Aceitá-las agradecido e comovido é dever para com o Criador de tudo. Diante desta realidade só me resta agradecer, dizer um muito OBRIGADO a todos que se fizeram presentes nestes dias: Missionários e Missionárias, engajados e engajadas, benfeitores e amigos.
Pe. Antônio Aguiar