segunda-feira, 8 de março de 2010

Cuidado com a Capelinha


Há alguns dias soube que uma Capelinha de Jesus Misericordioso de um determinado lugar havia sumido, e, ninguém sabia ao certo dar notícia dela. O fato é que me perguntaram o que deveriam fazer? Na mesma hora, senti no coração que eles deveriam refazer o caminho que a Capelinha havia feito: a pessoa que a entregara a outra, que a levou para outra e assim por diante até não saberem mais o paradeiro da Capelinha. Foi a direção que dei.

Entretanto, indo dar a formação para os zeladores Deus me inquietava o coração sobre este assunto, e, então enquanto falava Deus ia me dizendo que ele cuida de cada um de nós, a ponto de saber quantos fios de cabelo existem em nossa cabeça e de não permitir que um único deles caia se não for da sua vontade, de se preocupar em antes de subir ao céu de nos deixar o Espírito Santo - conforme nos narra Jo 14 - enfim, Deus cuida de nós. E que portanto, devemos aprender a cuidar também das coisas dele - a Capelinha é dele, já que ela comporta consigo a Imagem de Jesus Misericordioso. Não cuidar direito da Capelinha de Jesus Misericordioso é não cuidar de algo que o Senhor me confiou.

A própria Palavra diz que quem é fiel no pouco, Deus confia mais. Mas se eu não sou fiel no cuidar de tão pouco - que é a Capelinha - como poderá Deus me confiar mais? A pergunta a me fazer é: Como tenho cuidado das coisas que Deus me confia?

Pe. Antônio Aguiar

domingo, 7 de março de 2010

Eu e lobo


Um lobo estava atacando os moradores de certa localidade da Itália, de forma que os moradores estavam apavorados. São Francisco estava passando por ali, e, os moradores foram ao seu encontro pedindo que ele lhes ajudasse a lidar com o mesmo. Francisco foi ao encontro do lobo e depois de conversarem chegaram a um acordo: O lobo não mais atacaria as pessoas e as mesmas se responsabilizariam em fornecer-lhe o alimento diário. E assim o acordo foi selado a contento de ambas as partes.

Esta atitude de ir ao encontro do lobo de Francisco, nos ensina que não podemos, nem devemos fugir do nosso lobo interior. Sim, todos e cada um de nós possui um lobo interior que são aquelas realidades, aquelas áreas da nossa vida que não estão sob nosso controle e que frequentemente perdemos o controle das mesmas. Pode ser um temperamento forte, uma língua solta, etc... Com frequência, preferimos não enxergá-las, fazer de conta que elas não existem, embora às vezes elas apareçam mostrando aqui e acolá através dos rompantes do temperamento, das explosões ocasionais, ou do falar demasiado, etc... que estão dentro de nós.

Ir ao encontro do lobo interior, isto é, admitir que estas realidades existem dentro de nós, que estamos marcados por estas consequências do pecado, apresentá-las ao Senhor e pedir ao Espírito Santo que nos ajude a aprender a lidar com elas, e, quando estiver junto com os irmãos buscar me exercitar nelas, tudo isso, vai fazer com que eu aprenda a lidar com o lobo interior que há em mim e amansá-lo conforme Deus deseja.

Padre Antônio Aguiar

Formação 2 Zeladores 2010

2.A família cristã, de fato, é a primeira comunidade chamada a anunciar o Evangelho à pessoa humana em crescimento e a levá-la, através de uma catequese e educação progressiva, à plenitude da maturidade humana e cristã. (Citação da Familiaris Consortio)
A família é o primeiro lugar onde a pessoa deve conhecer o Evangelho. Era o que acontecia antigamente quando os pais tinham tempo para ensinar aos filhos as orações, os mandamentos, quando eles tinham tempo de falar de Jesus para os seus filhos. Eu mesmo aprendi toda a minha catequese em casa com meus pais e não se apaga da minha memória o fato de mamãe ter sempre tempo para rezar com cada um dos filhos. Dessa maneira crescíamos já sabendo sobre Jesus e os seus ensinamentos.
Mas os tempos mudaram e estas mudanças acabaram atingindo também a própria família de modo que hoje as mulheres tiveram que sair de casa para trabalhar – a chamada emancipação feminina – positiva por um lado, traz valores consigo, mas trazem também problemas, pois o que anteriormente era realizado pelas mães, hoje foi relegado aos avós ou até mesmo à escola, à creche, à babá, aos catequistas, à Paróquia. Por isso, acabou se quebrando uma forma de transmissão das verdades da fé. Sorte ainda temos quando ainda se pode contar com a presença de avós que têm tempo para transmitir aos netos a verdade da fé. Eis então, que nos dias de hoje adquire uma fundamental importância o papel dos avós que se tornam assim guardiães e transmissores da fé cristã.
Mesmo que tenham acontecido mudanças profundas na sociedade, e ainda que estas mudanças tenham afetado profundamente a família e a continuem afetando diretamente, hoje permanece a verdade que a família é ainda o lugar por excelência onde se deve transmitir as verdades de Jesus Cristo e do evangelho e não existem outros lugares melhores para que isso aconteça. Agora o culto à Divina Misericórdia nos vai mostrando que a melhor forma de ensinar as verdades da fé hoje ás novas gerações é o testemunho de vida, é mostrar às novas gerações a adesão da minha própria vida e da minha vontade á estas mesmas verdades. Com efeito, dizia o Papa Paulo VI na Evangelii Nuntiandi 21: ”E esta Boa Nova há de ser proclamada, antes de mais, pelo testemunho. Suponhamos um cristão ou punhado de cristãos que, no seio da comunidade humana em que vivem, manifestam a sua capacidade de compreensão e de acolhimento, a sua comunhão de vida e de destino com os demais, a sua solidariedade nos esforços de todos para tudo aquilo que é nobre e bom. Assim, eles irradiam, de um modo absolutamente simples e espontâneo, a sua fé em valores que estão para além dos valores correntes, e a sua esperança em qualquer coisa que se não vê e que não se seria capaz sequer de imaginar. Por força deste testemunho sem palavras, estes cristãos fazem aflorar no coração daqueles que os vêem viver, perguntas indeclináveis: Por que é que eles são assim? Por que é que eles vivem daquela maneira? O que é, ou quem é, que os inspira? Por que é que eles estão conosco?
Pois bem: um semelhante testemunho constitui já proclamação silenciosa, mas muito valiosa e eficaz da Boa Nova. Todos os cristãos são chamados a dar este testemunho e podem ser, sob este aspecto, verdadeiros evangelizadores. E aqui pensamos de modo especial na responsabilidade que se origina para os migrantes nos países que os recebem”.
Daqui podemos depreender que os pais tornam-se verdadeiros evangelizadores dos seus filhos quando procuram testemunhar antes com a vida que com as palavras aquilo em que acreditam.Esta é a preocupação do Projeto Misericórdia nas Famílias. Sabemos que a Imagem de Jesus Misericordioso que você recebe na Capelinha é uma Imagem de Graças mas é também uma Imagem que comporta para quem a recebe um compromisso em viver as Obras de Misericórdia: “Esta Imagem deve recordar aos homens as exigências da Minha Misericórdia, pois a fé mais forte de nada vale sem as obras” (Diário 742). Então, a Imagem de Jesus Misericordioso que você recebe em sua casa deve comprometer você a buscar a conversão, a mudança de vida, a viver a Palavra de Jesus Misericordioso do Diário 1448: “Ainda que tudo esteja perdido – isso é, ainda que você pense que não pode mudar – e não haja mais restauração, Deus não vê as coisas dessa maneira. A Misericórdia pode fazer esta alma ressurgir para uma vida plena”.
Humanamente falando você pode sentir dificuldades para lutar e permitir que mudanças aconteçam na sua vida: para aprender a suportar com paciência as fraquezas dos outros, aquela pessoa que perturba o juízo, aquela outra que é mais vagarosa que você, aquela que ainda é um teste à sua paciência, enfim, você pode encontrar dificuldades para perdoar aquela pessoa que te magoou, feriu, que você jamais gostaria de ver na sua frente, sim, que você gostaria que tivesse morrido mas que estão aí vivinhas da silva. O que fazer? O que não é possível para os homens, não o é para Deus, pois para Deus tudo é possível. Então, está na hora de você pedir a Jesus Misericordioso que ele possa realizar esta mudança em você e por você. Sim, ele pode fazer isso em você e por você. Eu cheguei a esta conclusão: que se Jesus Misericordioso me converter, converter meus modos, meu jeito de ser, eu me converterei, eu mudarei. Sim, o poder é dele, mas o querer é meu. Sei que a nossa natureza vai relutar, não vai querer, talvez você vai entrar em agonia como Jesus entrou no horto das oliveiras, vai travar aquela luta interior para conseguir perdoar, mas, peça o socorro da Misericórdia de Deus, peça o auxilio do Espírito Santo, ele que é o socorro de Deus para nós, ele que é o prometido do Pai, o nosso auxiliador conforme Jo 14, peça: “Espírito Santo, eu quero mudar, mas encontro tantos limites, tantas dificuldades em mim mesmo para conseguir superar. Oh! Jesus Misericordioso você disse que a sua Misericórdia pode fazer com que a alma ressuscite para uma vida plena. Eu quero experimentar esta ressurreição,e ela só pode ser realizada por vós. Por isso, faça em mim”.
E Deus vai fazer, de modo que você vai poder evangelizar as pessoas da sua família mais com a vida que com as palavras. E todos vão se voltar para Deus. Amem.
Padre Antônio Aguiar