quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Nossa Senhora das Dores

Hoje estamos celebrando a memória de Nossa Senhora das Dores. Meditando um pouco sobre esse data me lembrei de que a Misericórdia é você olhar para as misérias do outro e colocá-las dentro do próprio coração, mas não ficar inerte diante da miséria do outro querendo que o mesmo continue nela e sim ver o que é possível fazer para que a pessoa saia dela.
Tal foi a maneira de Deus agir conosco. Percebendo que os homens não conseguiam sair do pecado por si mesmos e que eles precisavam de ajuda, Deus enviou seu Filho Jesus para que por meio do seu sacrifício Ele pudesse realizar aquilo que o sacrifício de cordeiros e de touros não conseguiam realizar: a libertação do homem do pecado e da morte.
Pois bem, pensei então no papel de Maria em tudo isso. Ela foi a escolhida por Deus para ser este canal por meio do qual ele decidiu trazer Jesus ao mundo. Maria assim tornou-se colaboradora de Cristo nesta missão. Ao mesmo tempo, me veio ao coração algumas situações onde Maria no Evangelho viu a necessidade do irmão, a miséria do outro e não permaneceu inerte, passiva, mas procurou de alguma forma ajudar a pessoa a sair daquela realidade. Em primeiro lugar, quando soube da gravidez de Isabel. A Palavra de Deus nao informa se foi ou não uma gravidez tranquila, entretanto, sabemos que quando uma mulher fica gravida em uma idade mais avançada, esta gravidez requer determinados cuidados sem os quais corre-se o risco de se perder a criança. Talvez Isabel fosse uma dessas mulheres que tenha precisado de repouso absoluto, ficando por isso impossibilitada de realizar as tarefas mais simples da casa. Conheci uma mulher que precisou ficar os nove meses de gravidez em repouso absoluto para ter o filho.
Maria deve ter intuido isso, pois vai ao encontro de Isabel e chegando lá assume sobre si toda a responsabilidade com relação às tarefas da casa. Assim, procurou ajudar Isabel a sair daquela situação em que se encontrava. Outra situação que me veio ao coração foi as Bodas de Caná. Maria estava naquela festa e de alguma forma deve ter percebido a dificuldade em que se encontravam os noivos por ter acabdo o vinho da Festa. O que fazer? Maria não se contentou em ver a necessidade dos noivos e ficou inerte dizendo: "Isso não é problema meu. Eu não tenho nada com isso!" Não. Ela procurou levar as pessoas a Jesus para que ele pudesse realizar algo que pudesse ajudar aquelas pessoas a sair do sufoco em que se encontravam. Em todas as duas situações, Maria não estava sozinha, mas estava com Jesus. Na casa de Isabel ele estava em seu seio, nas Bodas de Caná entre os convidados.
Agora, temos Maria aos pés da cruz. Ela vê a necessidade do seu filho de ter junto de si alguém que o ama e por quem ele se sinta amado. Por isso, permanece ao lado do filho até o fim. Jesus então naquele momento diz a Maria que a partir daquele momento ele deseja que ela procure alargar a sua maternidade, procure perceber as necessidades e misérias dos seus filhos e procure apresentá-las a ele, para que desta forma ele as possa ajudar. "Mulher, eis aí o teu filho!" Ao mesmo tempo, Jesus deseja que cada um de nós entenda que é por Maria que ele deseja continuar nos ajudando: "Filho, eis aí tua mãe!" Assim como na casa de Isabel e em Caná eu pude fazer alguma coisa por aquelas pessoas devido ao fato de minha mãe me ter apresentado suas necessidades, aqui também eu desejo ajudar você a sair da situação em que você se encontra por meio dela, através da sua intercessão.
Maria está ali aos pés da cruz como a intercessora, como aquela que deseja que saiamos da situação de miséria em que nos encontramos. Basta que permitamos que ela as conheça e a peçamos que apresente em nosso nome a Jesus e ele virá imediatamente em nosso socorro. No dia de hoje, façamos isso.
Padre Antônio Aguiar

Nenhum comentário:

Postar um comentário