A liturgia de hoje - 15 de junho - nos traz este versículo de Mt 5,38-42. Através dele, Jesus nos ensina uma estratégia para aprendermos a lidar com os malvados, com aquela pessoa que nos faz ou nos deseja o mal. Como eu posso vencer o mal? A resposta do Evangelho é praticando o bem. Penso que aqui dá para entender aquela afirmação de que a vingança de Deus é a Misericórdia, isto é, Deus se vinga do malvado amando-o ainda mais. Para constatar isso, basta olhar para si mesmo e ver que nem tudo o que você faz agrada a Deus ou está de acordo com a sua vontade. Mas, ao invés de pagar a você com a mesma moeda, Deus se "vinga" de você, - ou como diz a 2Pd 3,9 - continua usando de paciência com você à espera de que um dia a sua ficha caia e então você se converta e viva.
Deus não devolve com a mesma moeda. Basta olharmos para a sua postura no alto da cruz: "Pai, perdoai-os, eles não sabem o que fazem." Geralmente quando você está magoado ou ferido com alguém, você vira as costas a esta pessoa, fechando-lhe seu coração, você se afasta da pessoa. E Deus o que faz? Exatamente o contrário. Vejam, Pedro o negou três vezes e quando Jesus ressuscitou foi atrás dele e a única coisa que perguntou a Pedro foi se ele o amava, confirmando-o na sua missão: "Apascenta as minhas ovelhas".
Alguns talvez não entendam, mas Deus não deixa faltar à pessoa o alimento, a casa, a roupa, o básico para uma sobrevivência digna, Deus não priva a pessoa de nada, antes pelo contrário, a mantêm, a sustenta e não lhe volta as costas. Faz isso porque sabe que só o amor, só o bem pode tocar aquele coração, um bem que persiste mesmo quando o outro não me quer bem. A melhor vingança, aquela que a Misericórdia faz é esta: amar o outro ainda que mais, amá-lo mesmo quando ele - segundo a nossa ótica - não merece. Sei que a natureza range, que o coração reclama, que o sangue ferve nas veias. Não podemos esquecer que somos humanos, deixar de sentir tais sentimentos. Mas não podemos deixar de olhar para o exemplo de Jesus que age desta forma conosco, que continua nos amando mesmo quando não merecemos e olhando para o exemplo dele encontrar nele forças para superar as tendências da nossa natureza.
Isso é Misericórdia: ir além do que o outro merece. E é por isso que entra as obras de Misericórdia: a paciência com as fraqueza do próximo, o perdoá-lo quando me ofendeu, etc... Deus sempre vai além do que merecemos. Certa vez, disse algo dentro de uma celebração que foi tirada do contexto e espalhada pela paróquia. Quando soube, a minha primeira reação foi raiva; mas quando fui rezar ouvi no coração que eu devia ir até a casa daquela pessoa e falar com ela: "Vim te pedir desculpas, porque se você falou isso foi porque em algum momento falei algo que te magoou. Perdão". A pessoa ficou desarmada, não esperava isso. Nos reconciliamos e pedi a ela que desfizesse o mal entendido com as pessoas, o que foi feito. É assim que Deus age conosco: nos surpreende com a sua Misericórdia.
Pe. Antônio Aguiar
segunda-feira, 15 de junho de 2009
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Em uma situação que vivi, o Senhor me concedeu esta passagem do Diário de Sta Faustina:"O demônio não conseguiu nada tentando-te, pq não encetaste diálogo com ele. Continua a agir assim. Hj me deste uma grande Glória lutando tão fielmente" (D 1499)
ResponderExcluirSilenciar e não enfrentar o perverso, é uma grande arma espiritual. Assim damos a Vitória a quem é de direito: Jesus Misericordioso.
O silêncio e a mortificação enfraquecem as obras do mal e fortalecem as obras de Deus.
Rezemos buscando ser semelhantes a Jesus.
Sua benção pai.
Eliane Ancillotti